O debate sobre a construção ou a reforma de estádios para a Copa do Mundo de 2014 concentra grande parte das discussões sobre a competição que acontecerá no Brasil. Contudo, há um consenso entre grande parte dos dirigentes envolvidos com a preparação do país: esse problema não é, nem de longe, tão preocupante quanto o transporte. ?Eu estava falando com um amigo sobre isso: há estudos que mostram que os estádios são somente 7% do problema da Copa. Há uma série de outras coisas envolvidas, e é preciso pensar em todas elas?, disse Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo e coordenador do comitê organizador da candidatura paulista ao Mundial. A principal preocupação entre a maioria dos dirigentes é o transporte. Sobretudo porque algumas obras relacionadas à malha aérea estão atrasadas. Esse é o caso, por exemplo, das soluções projetadas para o setor em São Paulo. Até a Copa do Mundo, o terceiro terminal do aeroporto de Cumbica e a ampliação do aeroporto de Viracopos não devem sair do papel. A situação é ainda mais complicada no principal projeto de malha ferroviária para a região. Existe um plano para um trem que ligue Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, mas a alternativa é considerada ainda mais complicada do que as reformas nos aeroportos. ?É só um sonho?, classificou Caio Luiz de Carvalho. O transporte também é preocupação recorrente em outras sedes da Copa do Mundo de 2014. O temor se concentra em cidades que têm menos experiência com turismo e organização de grandes eventos. RJ está mais otimista A perspectiva do Rio de Janeiro sobre transporte é uma das grandes exceções da Copa do Mundo. A cidade é um dos principais centros turísticos do país, tem experiência com grandes contingentes de público e pode usar o porto como plataforma de entrada. Além disso, segundo Márcia Lins, presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), as obras no aeroporto do Galeão já têm licitação e devem começar em breve. ?Essas intervenções fazem parte de um projeto maior para o estádio, que deve ser concluído em 2020. Mas a parte que está prevista para a Copa do Mundo ficará pronta a tempo?, planejou.