Uma das principais bandeiras do G4, grupo formado neste ano por representantes de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, é fortalecer comercialmente os clássicos do futebol paulista. Para isso, a entidade aposta em um conceito baseado em estádios maiores e divisão equilibrada da carga de ingressos. A carga de bilhetes para torcidas visitantes em clássicos foi uma das razões para o relacionamento entre os quatro clubes paulistas ter estremecido muito recentemente. A reaproximação aconteceu em encontros regulares, e essa foi a base para a criação do G4. A entidade deu origem a uma empresa chamada G4, que representará os quatro clubes de São Paulo em futuros projetos. As principais diretrizes do grupo são o combate à pirataria, a captação de patrocínios e a troca de experiências sobre gestão ou planos que tenham representado incremento de receita. Nesse conceito de aproximação entre os clubes e de busca por mais verbas a partir do bom relacionamento, os clássicos terão papel fundamental. O confronto entre Corinthians e Palmeiras no Campeonato Paulista deste ano, disputado em Presidente Prudente, é um exemplo ? o jogo teve comunicação e selo específicos, com divisão de arquibancadas e renda. A ideia é burilar esse formato com a criação de competições entre torcidas, sorteios e ações de mídia que valorizem os confrontos. Isso teria sido colocado em prática no Brasileirão 2009, mas vai esperar até o ano que vem porque o cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) do G4 ainda não saiu. ?A partir do ano que vem vamos fazer ações. Não fizemos até agora porque não estamos constituídos?, disse José Carlos Peres, superintendente do escritório do Santos em São Paulo e coordenador do G4. ?Já temos um estatuto, algumas questões de conduta, e isso vai ser importante para criarmos ações conjuntas para os clássicos?, completou. Para fortalecer os clássicos, o G4 vai vetar que eles aconteçam no Pacaembu, no Parque Antarctica ou na Vila Belmiro, estádios que abrigam jogos de Corinthians, Palmeiras e Santos (respectivamente). Na avaliação da entidade, essas arenas não têm estrutura para um contingente maior de torcida visitante ou para uma divisão igual de carga. ?É impossível dividir a Vila Belmiro meio a meio. Por isso, a ideia é levar todos os clássicos para estádios maiores e fazer uma divisão meio a meio de renda, de carga, de tudo. Trabalhando juntos, vamos planejar os jogos individualmente e ganhar dinheiro a partir disso. Todo clássico vai valer uma taça no ano que vem. Não queremos mais clássicos para 20 mil pessoas. Temos de botar 60 mil ou mais nos estádios?, encerrou Peres.