O São Paulo lançou na última segunda-feira, no Memorial do Imigrante de São Paulo, a versão 2010 de seus uniformes. No entanto, já fez isso projetando vida curta para o novo modelo. Confeccionada sem patrocinador máster, a camisa reflete uma aposta da diretoria tricolor em um incremento de vendas e não deve ter reposição de estoque. As lojas oficiais do São Paulo começaram a vender ainda na segunda-feira as novas camisas. No total, há cerca de 35 mil peças disponíveis. A ideia do clube é vender esse montante antes da primeira semana de março, quando a diretoria pretende anunciar um novo patrocinador. A definição de uma data tão distante para a divulgação do novo cotista máster é explicada pelo contrato do São Paulo com a IPS. A tecnologia da LG, presente na nova camisa, estampa as mangas tricolores até o dia 1º de março. Como pretende vender as duas propriedades a empresas que se complementem, a equipe do Morumbi decidiu esperar o término desse acordo. Também pesou para a decisão do São Paulo a situação financeira do clube. Com aportes que não envolvem o uniforme, ações de marketing e o aluguel do Morumbi para shows, a diretoria tricolor diz ter conseguido equacionar as despesas do time sem depender de um novo patrocinador. Os shows no Morumbi, contudo, acontecerão apenas neste mês. Em março, essa parte da receita já deve ser oriunda de um patrocínio. A diretoria do São Paulo alega ter oito ofertas para as mangas e um número não revelado, mas menor, para a cota máster. Até o início deste ano, o espaço no peito e nas costas da camisa do São Paulo era ocupado pela fabricante de eletrônicos LG. Em janeiro, o clube descartou oferta de R$ 24 milhões da marca de eletrônicos. Segundo a diretoria, decisão tomada mais pelo ?conceito? do que pelo valor. Essa análise negativa do São Paulo sobre a efetividade das ações de marketing da LG, aliás, é o que mais distancia clube e empresa nesse momento. Apesar de a proposta ter sido rechaçada oficialmente, a companhia não retirou a oferta. Nem descartou cobrir os valores de outras negociações. ?Já achei difícil em outros anos e acabei fechando com a LG depois, mas agora eu vejo isso bem mais distante?, avaliou o vice-presidente de comunicação e marketing do São Paulo, Júlio Casares. Além do aluguel de seu estádio, uma das apostas do São Paulo para poder aguardar com tranquilidade a definição de um patrocinador é o incremento de vendas. A cúpula da equipe acredita que a ausência de um cotista máster terá efeito imediato no desempenho das peças em lojas e que fatores como limite de unidades e iminência de mudança acelerem as vendas.