A Ford oficializou, nesta sexta-feira (3), os boatos sobre o retorno à Fórmula 1, o que não acontecia desde 2004. A montadora fechou uma parceria com a Red Bull para 2026, substituirá a Honda e ajudará no desenvolvimento de uma unidade de potência híbrida de nova geração para a própria Red Bull e para a AlphaTauri.
A confirmação foi dada durante a apresentação do novo carro da escuderia austríaca para a temporada 2023, realizada em Nova York (EUA). O contrato irá de 2026 até pelo menos 2030 e chega no momento em que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a Fórmula 1 aprofundam o foco na sustentabilidade e em tecnologias híbridas avançadas.
“Este é o início de um novo capítulo emocionante na história do automobilismo da Ford, que começou quando meu bisavô venceu a corrida que ajudou a lançar nossa empresa. A Ford está voltando ao topo do esporte, ao lado da campeã mundial Oracle Red Bull Racing, trazendo a longa tradição da Ford em inovação, sustentabilidade e eletrificação para um dos palcos de maior visibilidade do mundo”, destacou Bill Ford, presidente-executivo da montadora americana.
“O retorno da Ford à Fórmula 1 com a Red Bull Racing tem tudo a ver com onde estamos indo como empresa, veículos e experiências modernos, cada vez mais elétricos e definidos por software. A F1 será uma plataforma de incrível custo-benefício para inovar, compartilhar ideias e tecnologias, e interagir com dezenas de milhões de novos clientes”, celebrou Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
A partir deste ano, a Ford e a Red Bull Powertrains, braço de desenvolvimento, fabricação e manutenção de motores de Fórmula 1 da Red Bull, trabalharão para desenvolver a unidade de potência que fará parte do novo regulamento técnico, incluindo um motor elétrico de 350kW e um novo motor a combustão capaz de usar combustíveis totalmente sustentáveis, que estrearão na temporada de 2026.
A montadora fornecerá conhecimento técnico em todas as áreas nas quais possa agregar valor à atual campeã de pilotos e construtores da F1. As áreas a serem exploradas em conjunto incluem o desenvolvimento de motores a combustão e outras tecnologias-chaves, como células de bateria, motores elétricos e softwares de controle e análise de unidades de potência.
“É fantástico receber a Ford de volta à Fórmula 1 por meio dessa parceria. Como produtora independente de motores, poder contar com a experiência de uma fabricante como a Ford nos coloca em uma boa posição frente à concorrência. Ela tem uma rica história no automobilismo que abrange gerações. De Jim Clark a Ayrton Senna e Michael Schumacher, a linhagem fala por si”, disse Christian Horner, CEO e diretor da Oracle Red Bull Racing.
“Para nós, da Red Bull Powertrains, abrir o próximo capítulo dessa dinastia, como Red Bull Ford, é tremendamente emocionante. 2026 ainda está longe, mas para nós o trabalho já começa, e vemos um novo futuro com evolução contínua para a Oracle Red Bull Racing”, complementou o chefe de equipe.
Vale destacar que, no momento, a Ford está investindo US$ 50 bilhões em eletrificação veicular. É a segunda empresa em veículos elétricos nos EUA, impulsionada pelo sucesso da F-150 Lightning e do Mustang Mach-E, e líder em diversos mercados ao redor do mundo com a E-Transit. Anualmente, a montadora produz cerca de 600 mil veículos elétricos globalmente. Até o final de 2026, esse número subirá para 2 milhões como parte do plano Ford+.
Em 2026, se nada mudar, a Ford será a única fabricante a disputar desde as categorias de base até a Fórmula 1, incluindo o Campeonato Mundial de Endurance da FIA (WEC) e a International Motor Sports Association (IMSA). Além disso, estará nas 24 Horas de Le Mans com o Mustang GT3, no Campeonato Mundial de Rali (WRC) com o M-Sport Ford Puma Hybrid Rally1, na Baja 1000 com a Ranger Raptor e o Bronco, e na Nascar, NHRA e Supercars com o Mustang.