A empolgação, a participação e a boa vontade do povo da África do Sul são destaques Copa do Mundo de 2010 antes mesmo de a bola rolar. Entretanto, nem tudo é festa no país-sede do torneio. Na véspera de a bola rolar, dois protestos aconteceram nas ruas de Sandton, bairro nobre de Johanesburgo. Mas toda a animosidade parou nesta sexta-feira, dia do primeiro jogo do torneio (África do Sul x México, no Soccer City, em Johanesburgo). Na quinta, houve dois protestos de trabalhadores locais. Um grupo percorreu as ruas de Sandton reclamando de reformulações estruturais e cortes de funcionários realizados por suas empresas. Na Nelson Mandela Square, principal centro de compras da cidade, outra aglomeração se formou com placas contra a concentração de riqueza do país. O primeiro protesto foi organizado pela União dos trabalhadores de catering e atividades comerciais aliadas (Saccawu, na sigla em inglês). Eles reclamavam por conta dos baixos salários, das reformulações administrativas processadas recentemente no setor e da falta de empregos para todos. A alguns metros dali havia outro protesto, com estrutura bem mais modesta e um número menor de pessoas. Esse segundo grupo portava cartazes feitos a mão que condenavam a concentração de riqueza e classificavam a Copa do Mundo como um evento separatista, exclusivo para os mais abastados. Nesta sexta-feira, os protestos sumiram. Em vez de reclamações ou críticas, as ruas foram tomadas por pessoas de diferentes etnias e nacionalidades. O tr”nsito de Johanesburgo ficou (ainda) pior, sobretudo nas imediações do Soccer City e do Fifa Fan Fest. Horas antes da cerimônia de abertura, aliás, a aglomeração já era intensa no Fifa Fan Fest. Pessoas chegavam ao local de carro, mas o maior grupo percorreu ruas andando. Havia bandeiras e camisas de todas as cores, mas as tradicionais vuvuzelas unificavam o visual de todos.