No planejamento das marcas, a Copa do Mundo de 2010 deveria ser um duelo entre o roxo e laranja da Nike e o preto e amarelo da Adidas. As duas companhias de material esportivo decidiram padronizar as cores de suas chuteiras no torneio da África do Sul, mas a estratégia não funcionou para ambas. Enquanto o formato adotado pela patrocinadora da seleção brasileira está realmente unificado, as primeiras partidas da competição foram suficientes para mostrar que a regra não foi assimilada por todos os atletas que têm contrato com a empresa alemã. O caso mais recente foi o do alemão Schweinsteiger. O meio-campista da Alemanha é patrocinado pela Adidas, e no último domingo utilizou uma chuteira branca e preta na vitória de sua seleção por 4 a 0 sobre a Austrália. Schweinsteiger usa uma chuteira Adipure, modelo descrito pela Adidas como adequado a jogadores com classe e potencial de organização de jogo ? o garoto-propaganda desse produto é o brasileiro Kaká. Na Copa do Mundo, todos os atletas que usam o calçado deveriam usar preto com detalhes em amarelo. O alemão é apenas um exemplo de jogador que não cumpriu o que o marketing da Adidas havia planejado para a Copa do Mundo. No Brasil, o atacante Grafite, um dos quatro atletas patrocinados pela marca, também tem usado uma chuteira branca nos treinamentos. Questionada pela equipe da Máquina do Esporte antes do início da Copa do Mundo, a Adidas disse que as chuteiras brancas dos jogadores como Grafite seriam usadas apenas em treinos, mas que os atletas as trocariam por modelos em preto e amarelo para o torneio. Nesta semana, apenas três dias depois da primeira partida da Copa, a Adidas já começou a se preocupar com a falta de êxito na padronização. A ideia inicial da marca era limitar todos os atletas que ela patrocina ao preto e amarelo e isolar Lionel Messi, eleito pela Fifa o melhor do mundo no ano passado, com um visual furta-cor e branco, com detalhes amarelos apenas nos cravos.