A Fifa se envolveu em uma verdadeira enrascada ao fechar um acordo de patrocínio com a Visit Saudi, órgão de turismo da Arábia Saudita, para a Copa do Mundo Feminina que será disputada entre 20 de julho e 20 de agosto deste ano. As informações são do jornal australiano Sydney Morning Herald (SMH).
O torneio será realizado na Austrália e na Nova Zelândia, e os dois países-sede haviam solicitado, em fevereiro, maiores explicações e detalhes sobre o acordo, divulgado em janeiro pelo site britânico The Athletic.
Desde o início, a notícia havia gerado diversas reações negativas, inclusive por parte de jogadoras, como as norte-americanas Alex Morgan e Megan Rapinoe, além da holandesa Vivienne Miedema, e também da Anistia Internacional, organização não governamental (ONG) que defende os direitos humanos. O motivo, segundo todas elas, seria o histórico controverso do país justamente em relação aos direitos humanos.
A Fifa ainda não comentou sobre o assunto, mas, de acordo com a publicação australiana, ficou “chocada” com a repercussão do patrocínio. Austrália e Nova Zelândia estariam exigindo explicações pelo fato de não terem sido consultadas, mas seriam não por conta dos direitos humanos, mas sim por atrapalhar o turismo dos dois países, uma vez que a Arábia Saudita faria propaganda do próprio turismo no Mundial.
A Fifa espera resolver a situação até o final deste mês, quando haverá um novo congresso da entidade. Segundo o SMH, o patrocínio pode ser desassociado do órgão de turismo do país árabe e associado a outro do mesmo país.
Para o SportsPro Media, no entanto, essa espécie de reclassificação do patrocínio deverá ser vista como uma solução inadequada pelos críticos porque a relação do torneio com a Arábia Saudita continuaria existindo. Pelo seu lado, a Fifa pensa em solucionar a questão sem prejudicar o relacionamento próximo que possui atualmente com a nação árabe. No fim das contas, é uma equação difícil de ser resolvida.