“Eles poderiam ter evitado os cortes de energia [elétrica] pelo menos nesse mês”. O dono da frase é Tafadzwa Goliati, cidadão zimbabuano. “A Copa do Mundo só acontece uma vez a cada quatro anos”, diz, irritado. Com aproximadamente 12,5 milhões de habitantes, o Zimbábue tem impedido que torcedores possam assistir às partidas do torneio em casa por falta de energia elétrica.
O ministro da energia, Elias Mudzuri, havia prometido que não haveria cortes na distribuição de energia durante a Copa, mas até no primeiro jogo, entre África do Sul e México, alguns bairros do subúrbio ficaram sem luz. “A qualquer outro momento nós poderíamos aceitar isso, até porque já estamos acostumados”, disse Goliati, morador de um bairro de Chitungwiza.
O país necessita de aproximadamente 2.200 megawatts por mês, mas só é capaz de produzir 1.100 megawatts. Assim, a fornecedora de energia elétrica nacional Zesa é obrigada a importar o restante.
Má notícia para uns, oportunidade de negócio para outros, as quedas de luz fazem com que a população tenha de se locomover até fan fests – locais com telões abastecidos com energia elétrica fornecida por geradores próprios. “Nós somos forçados a ir para parques mesmo quando o clima não é favorável”, afirma Itai Musengi, que assiste aos jogos realizados à tarde em um fan fest no centro da cidade.
“Algumas pessoas têm de caminhar quase cinco quilômetros para esses locais”, revela Prosper Muvengwa, porta-voz de uma das empresas que patrocinam o fan fests no Zimbábue. Os habitantes do país têm de pagar US$ 1 por partida. As informações são do periódico sul-africano “Sowetan”.