O período sem partidas oficiais proporcionado pela Copa do Mundo da África do Sul, entre 11 de junho e 11 de julho, é encarado pelos times brasileiros como oportunidade para acertar a equipe, intensificar treinamentos. Na área de marketing, entretanto, poucos são os clubes que têm aproveitado a ocasião para lançar ações.
“Na realidade, todos hibernaram”, avalia o especialista em marketing, José Cocco, diretor-presidente da J.Cocco Sportainment e presidente da Abraesporte. “Apenas porque não há jogos, ninguém faz nada. Não se faz nada diferente para melhorar a condição da marca, gerar atividade a torcedores e consumidores”.
A exceção à regra, nesse contexto, é o Palmeiras. O clube paulista tem movimentado o noticiário com a contratação de Luiz Felipe Scolari, a despedida do estádio Palestra Itália, diante do Boca Juniors, e o lançamento da camisa comemorativa à partida número 500 do goleiro Marcos.
Em relação ao goleiro, o time ainda deve lançar boneco em agosto, conforme antecipa do diretor de marketing do Palmeiras, Rogério Dezembro, à Máquina do Esporte. “Programamos uma série de ações com o Marcos que ainda não foram divulgadas por causa da cirurgia que ele se submeteu, mas também pretendemos organizar eventos com a participação dele”.
Para o especialista em indústria do futebol Oliver Seitz, entretanto, a pausa proporcionada pela Copa do Mundo pode não ser o melhor momento para divulgar ações como tem feito o Palmeiras. “A atenção do público e da imprensa está voltada para o mundial, então é difícil repercutir informações”, afirma.
“Esse é um período bom para planejar, respirar, analisar projetos com mais tempo, o que raramente você tem quando há jogos e a demanda do dia a dia”, avalia Seitz. Apesar do crescimento da atenção dada ao futebol, argumenta o especialista, esse aumento se concentra nas seleções e nas partidas da Copa, em vez de clubes brasileiros.
O diretor de marketing do Palmeiras, por sua vez, vê na falta de notícias sobre times do Brasil ambiente favorável ao clube. “Tudo já estava planejado há 60, 90 dias”, garante Dezembro. “Nós fizemos calendário prevendo quando não haveria eventos da Copa e calhou de conseguirmos mais espaço na mídia. Nós sabíamos que na fase final do mundial há períodos sem futebol, ainda mais sem o Brasil na disputa”.