Durante a Copa do Mundo de futebol deste ano, na África do Sul, o Brasil lançou campanhas para fortalecer o turismo e vender a cultura do país que receberá o mesmo torneio em 2014. No entanto, os Jogos Olímpicos de inverno realizados em Vancouver na atual temporada mostram que o plano de comunicação pode abranger temas menos visíveis. Uma estratégia nessa área foi usada, por exemplo, para direcionar o tr”nsito.
Vancouver fez um projeto chamado “viagem inteligente”. A campanha incluía informações sobre paralisações, bloqueios e meios de transporte mais adequados para cada uma das instalações usadas na competição.
Além disso, o projeto de comunicação fomentou o uso de meios de transporte menos prejudiciais para o tr”nsito, como as bicicletas. Houve um incremento de 51% no número de ciclistas nas ruas de Vancouver em comparação com fevereiro de 2009.
Vancouver também incrementou em quatro quilômetros a quantidade de vias para o fluxo de pedestres. Em algumas regiões, usou a campanha de comunicação para incentivar o público a deixar o meio de transporte alguns metros antes das arenas e percorrer andando o trecho final do trajeto.
“Quando você faz um planejamento sobre uma competição como essa, precisa pensar em negócios até quando fala de tr”nsito. As pessoas que trabalham com atividades comerciais precisavam sentir que os Jogos Olímpicos seriam bons para elas, e para isso precisavam sentir que as coisas passariam por ali. Precisávamos fazer com que o torneio fosse a diferentes áreas, e para isso usamos o transporte e a comunicação”, contou Penny Ballem, city manager de Vancouver, que esteve em São Paulo para realizar uma palestra a convite do World Trade Center (WTC).
A estrutura da cidade canadense para os Jogos Olímpicos incluiu 180 novos ônibus e 30 veículos para shuttles de mídia e convidados. Também houve incremento em balsas e Sky trains, veículos comprados da Índia.
O projeto de tr”nsito de Vancouver precisou considerar até a possibilidade de protestos e eventos pelas ruas da cidade. Durante o evento esportivo, por exemplo, houve comemoração do ano novo chinês.
“Sabíamos que protestos aconteceriam, ainda mais durante um evento em que o mundo está olhando para a cidade. O governo decidiu que a democracia deveria prevalecer e que o espaço para essas manifestações tinha de ser assegurado, mas era importante planejar o tr”nsito para isso”, finalizou Ballem.