O presidente da Fifa, Gianni Infantino, reiterou, nesta segunda-feira (1º), seu apelo às emissoras interessadas em transmitir a Copa do Mundo de Futebol Feminino para que paguem o que chamou de “preço justo” pelos direitos. O dirigente falou ao lado de Ngozi Okonjo-Iweala, diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), durante o “Making Trade Score for Women!”, uma série de painéis de discussão realizados na sede da OMC, em Genebra, na Suíça.
Em seu discurso, Infantino enfatizou que a Fifa deu o exemplo ao aumentar a premiação em dinheiro a ser dividida pelas 32 seleções no Mundial de 2023 para US$ 152 milhões, o triplo do valor pago em 2019 e dez vezes mais do que em 2015. Por esse motivo, espera que a Fifa consiga vender os direitos de mídia do torneio para alguns dos principais mercados por preços melhores do que os ofertados até o momento. Segundo o mandatário, muitas delas, inclusive de países importantes, são “muito decepcionantes” até o momento.
“As ofertas das emissoras, principalmente dos países europeus do Big 5 [Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França], ainda são muito decepcionantes e simplesmente inaceitáveis com base em quatro critérios. Em primeiro lugar, 100% de qualquer taxa de direitos paga irá direto para o futebol feminino, em nosso movimento para promover ações em prol da igualdade de condições e remuneração. Em segundo lugar, as emissoras públicas, em particular, têm o dever de promover e investir no esporte feminino”, disse Infantino.
“Em terceiro lugar, os números da Copa do Mundo Feminina da Fifa são 50-60% da Copa do Mundo Masculina, que por sua vez são os mais altos de qualquer evento, mas as ofertas das emissoras nos países europeus do Big 5 para são de 20 a 100 vezes menos do que para o Mundial Masculino. Finalmente, e especificamente, enquanto as emissoras pagam US$ 100-200 milhões pela Copa do Mundo Masculina, elas oferecem apenas US$ 1-10 milhões para a Copa do Mundo Feminina. É um tapa na cara de todas as grandes jogadoras da Copa do Mundo Feminina e, na verdade, de todas as mulheres do mundo”, completou o dirigente.
A bronca do presidente da Fifa surge a cerca de dois meses e meio para o início da competição, que será disputada entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia.
“Para deixar bem claro, é nossa obrigação moral e legal não subestimar a Copa do Mundo Feminina da Fifa. Portanto, se as ofertas continuarem não sendo justas, seremos obrigados a não transmitir o torneio para os países europeus do Big 5. Convido, portanto, todos os jogadores, mulheres e homens, além de torcedores, dirigentes de futebol, presidentes, primeiros-ministros, políticos e jornalistas de todo o mundo a se juntarem a nós e apoiarem este apelo por uma remuneração justa do futebol feminino. As mulheres merecem. Simples assim”, ameaçou Infantino.
“Espero que as emissoras estejam ouvindo o que o presidente da Fifa está dizendo sobre lances mais altos para a Copa do Mundo Feminina, pois esta é uma oportunidade real de apoiar o futebol feminino, e espero que aceitem sua oferta”, acrescentou Ngozi Okonjo-Iweala.
Vale lembrar que, no mercado brasileiro, os fãs poderão acompanhar os jogos do Mundial de algumas formas diferentes. Na TV aberta, os direitos foram comprados pela Globo, enquanto na TV fechada ficaram com o Sportv. Na internet, o Grupo Globo ainda exibirá os jogos no GE, assim como na plataforma de streaming Globoplay.
Para quem preferir outro estilo de transmissão, o streamer Casimiro Miguel revelou que o torneio também será transmitido na Cazé TV, tanto no canal do YouTube como no canal da Twitch. Na Cazé TV, no entanto, haverá a exibição de apenas uma partida por dia.