Os Jogos Olímpicos estão próximos, mas ainda não chegaram. Em 2012, as atenções de boa parte do planeta estarão voltadas para Londres, palco da competição. Quatro anos depois, em 2016, será a vez do Brasil receber turistas e imprensa, em evento de alta visibilidade para patrocinadores.
Em 2010, contudo, esportes olímpicos têm pouco ou nenhum espaço, algo que levanta a questão: é possível obter benefícios ao apoiar modalidades esportivas fora das Olimpíadas?
Segundo especialistas em marketing esportivo, sim. “O fato de não estar em ano olímpico, pelo contrário, cria a perspectiva de que a hora de investir é agora”, define Valdinei Fujarra, diretor da agência Fujarra Marketing Esportivo. A relação entre marcas e atletas olímpicos, para o consultor, deve surgir por meio de parcerias extensas, com investimentos na formação das pessoas.
Há, então, dois caminhos possíveis. O primeiro é investir em esportistas consolidados e bem conceituados, caso de Maurren Maggi, saltadora brasileira. “Ela teve momentos difíceis, então há o fator superação”, explica Geraldo Rodrigues, presidente da agência de marketing esportivo Reunion Sports. “Conseguir medalha de ouro, ser bonita e feminina ainda são coisas que a tornam ainda mais atrativa”.
Em outra hipótese, se pode buscar garotos e meninas que hoje possuem entre 12 e 14 anos e lhes dar condição de treinamento, prática pouco difundida no Brasil atualmente. Com parcerias válidas até 2016, segundo Rodrigues, é possível fazer investimentos comedidos com boas chances de ter resultados em longo prazo.
Nesse caso, é preciso se fazer “trabalho forte de ativação para que esse atleta tenha visibilidade na mídia e a empresa consiga aproveitar sua imagem em campanhas publicitárias e eventos”, conforme sugere o especialista em retorno de mídia Rafael Plastina, diretor de marketing da Informídia Pesquisas Esportivas.
A dificuldade não está no fato de não haver Jogos Olímpicos em 2010 ou 2011, mas no fato de que esportes olímpicos não costumam ter a atenção do público brasileiro. “Cerca de 55% de todo o tempo dedicado pela televisão vai para o futebol”, explica Plastina. “Esse é um estudo que fazemos anualmente desde 2005 e afirmo com toda segurança”.
Contudo, a parceria com novas gerações de atletas talentosos pode gerar benefícios que vão além da visibilidade, algo raro de acontecer no futebol brasileiro. “Há uma série de ações legais para se fazer, mas que são muito mais trabalhosas e por isso não são feitas”, conclui o diretor de marketing.