O São Paulo vai lotear seu uniforme para o jogo contra o Internacional, nesta quinta-feira, válido pelas semifinais da Copa Libertadores. Nessa partida, o time tricolor usará expediente constantemente criticado por sua diretoria e terá quatro marcas diferentes no uniforme além do fornecedor de material esportivo.
As novidades na camisa tricolor serão as marcas de Wizard, Tenys-Pé Baruel e SIL. As três empresas ocuparão, respectivamente, os postos de peito, costas e barra/calção do São Paulo, todas com contrato válido apenas para esta quinta-feira.
“O São Paulo é um clube moderno, de vanguarda e acostumado a vencer títulos importantes dentro e fora do país. Qualquer empresa quer atrelar sua marca a essas características, e por essa razão optaram por essa parceria”, disse Fábio Wolff, diretor da Wolff Sports & Marketing, agência de marketing que intermediou os acordos.
Além das três, o São Paulo terá no jogo contra o Internacional a logomarca da Bombril, que assinou contrato de um mês com o clube em maio deste ano e depois estendeu o aporte até o fim da participação da equipe na Copa Libertadores. Ao contrário das outras empresas que estarão no uniforme tricolor, a fabricante de lã de aço possui uma negociação em andamento com a diretoria da equipe paulista para seguir em 2010.
Com as quatro marcas, mais o logotipo da Reebok, o uniforme do São Paulo para esta quinta-feira se aproximará de um modelo sempre criticado pela diretoria tricolor. Desde que o Corinthians começou a ampliar o número de logotipos expostos em sua camisa, o clube do Morumbi sempre rechaçou adotar procedimento semelhante para não desvalorizar a propriedade.
O Corinthians começou a adotar um número maior de marcas em sua camisa a partir da contratação do atacante Ronaldo, acertada em dezembro de 2008. Em seu primeiro ano no clube, o camisa 9 acertou contrato para receber um montante fixo e uma remuneração condicionada a aportes que a equipe conseguisse fechar para o uniforme.
O último patrocínio que o Corinthians adicionou ao uniforme foi a Tim, que incluiu sua marca nos números das camisas alvinegras. Com isso, a equipe passou a exibir seis empresas diferentes ao mesmo tempo em seu uniforme (mais a Nike, fornecedora de material esportivo).
No São Paulo, a presença de tantas marcas na camisa será uma novidade. O clube vinha usando apenas duas empresas (uma na cota máster e outra nas mangas), e já havia recusado outras propostas para adicionar mais logotipos a seu uniforme.
A adição de mais patrocinadores na camisa também contraria outra tese repetida várias vezes pela diretoria do São Paulo. O clube adotou discurso de minimizar a ausência de patrocinadores longevos e passou a dizer que, com contratos pontuais, conseguiria compensar nesta temporada a ausência de um aporte para todo o ano.
O São Paulo não tem patrocínios fixos desde o fim do contrato com a LG. A empresa de eletroeletrônicos esteve vinculada ao clube até janeiro, mas o acordo não foi renovado. A equipe ainda manteve a IPS, tecnologia vinculada à marca, nas mangas até março.
Depois disso, o São Paulo passou a usar seu uniforme para exibir acordos pontuais. O expediente foi escolhido pela diretoria porque o clube não conseguiu nenhuma proposta com duração mais longa e valor próximo do que o time pretendia arrecadar (algo entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões).
Em maio, o São Paulo chegou a anunciar que desistiu de ter um patrocínio fixo para este ano e que já concentrava negociações na próxima temporada. Prova disso é que o clube exibiu no primeiro duelo contra o Internacional o projeto assistencial “Criança esperança” na cota máster de sua camisa.