A volta de Luiz Felipe Scolari ao Palmeiras foi capaz de mobilizar torcedores e atrair novos patrocinadores, como Parmalat, longe do Palestra Itália desde 2000, e banco Banif. O recomeço do técnico com o time paulista, entretanto, ainda está distante do desejado: em seis partidas, nenhuma vitória.
A presidência palmeirense já admitiu publicamente que o treinador possui “crédito ilimitado” e Felipão diz, desde a apresentação, que resultados não são prioridade e que a torcida terá de ter paciência. Nesse contexto, especula-se se conquistas do passado são capazes de manter a imagem de uma personalidade imune aos fracassos do presente.
“Se ele ficar dez ou 15 partidas sem ganhar, não dá para manter a imagem de vencedor que angariou nos últimos anos”, opina Oliver Seitz, especialista em indústria do futebol. No futebol, exemplifica, existem figuras que tiveram sucesso, como Carlos Alberto Parreira com a seleção em 1994, mas que enfrentaram fases difíceis posteriormente, em clubes. “Não existe crédito eterno no futebol”, avalia.
Antes da Copa do Mundo de 2006, o banco Santander investiu pesadamente na seleção brasileira, com plano de comunicação voltado a jogadores como Kaká e Ronaldinho Gaúcho, à época extremamente badalados. Com o decorrer da competição e a derrota nas quartas de final, porém, o banco espanhol não colheu os frutos desejados e teve de administrar o fracasso da aposta no Brasil.
“O Felipão tem passado vitorioso, é uma figura carismática, o povo brasileiro gosta dele. Nesse sentido, ele é um bom investimento”, avalia Valdinei Fujarra, diretor da agência Fujarra Marketing Esportivo. “Mas passado não garante futuro glorioso e nenhum técnico tem crédito ilimitado”.
O patrocínio a qualquer personalidade ligada ao futebol, concordam especialistas, está condicionado aos valores e à imagem do patrocinado. Para que a situação não arranhe a própria imagem, cabe ao Felipão, no próximo sábado (14), contra o Atlético Paranaense, levar o Palmeiras de volta às vitórias.