O golfe brasileiro adotou modelo de gestão peculiar, diferente da maioria das outras modalidades. Confederações de futebol, vôlei e judô, por exemplo, assinaram patrocínios de longa duração com companhias e recebem verba periodicamente. A entidade máxima do golfe, no entanto, negocia aportes para torneios individualmente, e garante obter bons resultados.
“A cada torneio, chancelado pela Confederação Brasileira de Golfe (CBG), trabalhamos de forma segmentada”, explica o gerente de marketing do órgão, Wilson Nogueira, à Máquina do Esporte. “O HSBC patrocina pela segunda vez o Aberto do Brasil, a Gillette patrocinou três vezes o Amador Brasileiro de Golfe e o Credit Suisse fez oito etapas de campeonatos estaduais em tour”.
A busca por parceiros, conforme detalha o gerente, não se restringe a grandes instituições, como as três citadas. O porte da empresa varia de acordo com o produto, ou seja, a competição que a confederação está negociando. Para torneios disputados por jogadores de maior poder aquisitivo, marcas ligadas ao mercado de luxo são mais apropriadas, enquanto outros públicos atraem marcas menores.
Esse modelo, na visão de Nogueira, afasta do golfe a pecha de esporte elitista, praticável apenas por empresários endinheirados. “Existem vários projetos sociais ligados ao golfe que passam despercebidos, mas que prestam importantes serviços à população”, exemplifica. A comunidade de Japeri, situada no Rio de Janeiro, deixou o futebol em segundo plano para jogar golfe, segundo o dirigente.
A atuação em frentes sociais ainda rende à CBG verba repassada pelo governo por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. O projeto Golfe Nota 10, promovido entre crianças e jovens em São Paulo, rende à entidade recursos do Estado, única fonte de dinheiro fixa. O intuito, porém, é mudar esse cenário em 2011 com a busca por aportes com maior duração. “Queremos parcerias mais duradouras”, conclui Nogueira.