Uma cidade receberá os Jogos Olímpicos de 2012. A outra deve receber a abertura da Copa do Mundo em 2014. Além de um grande evento em comum, um objetivo pauta os governos de ambas as cidades: a recuperação da zona leste. Segundo o presidente do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) José Roberto Bernasconi, a olímpica Londres deve ser o exemplo a ser seguido por São Paulo, que deve ter o primeiro jogo do Mundial de 2014.
Apesar da indefinição do estádio – pelo menos oficialmente – para o Mundial, Bernasconi ressalta a import”ncia da sua construção para a região. “Não sei se ele (estádio) sai, mas se sair, nem importa se for para a Copa do Mundo, é uma grande chance de reinventar a zona leste”, afirmou durante o 10º Encontro da Arquitetura e da Engenharia Consultiva de São Paulo.
A esperança do presidente do Sinaenco tem como inspiração outra zona leste, bem distante da capital paulista: Londres. A região que tem passado pelas obras para receber os Jogos Olímpicos é, curiosamente, a mesma de São Paulo. Por coincidência, ela também viveu dias com menos atenção, sendo a região menos valorizada da cidade.
Atualmente, ela espera para ter o seu parque olímpico pronto em meados de 2012, ano dos jogos. A grande diferença entre Londres e São Paulo, no entanto, não está na dimensão do projeto, mas sim no tempo que cada uma possui para sua realização.
O plano londrino ficou dividido entre três partes: a formulação do projeto, realizado em um ano e meio e a demolição da área necessária, que incluiu até ruínas da Segunda Guerra Mundial e teve mais um ano e meio de duração. Por fim, as construções, que já estão adiantadas, e deverão ficar prontas em três anos.
Somadas, as três etapas têm seis anos de duração. Para São Paulo, o tempo será obviamente mais curto. Para a Copa das Confederações, há menos de três anos. Para a Copa do Mundo, menos de quatro. Londres ainda está em obra para ampliar dez linhas de metrô, para facilitar a mobilidade na cidade. São Paulo nem tem tamanho número de linhas.
Em razão a esses entreveros, as obras focadas para a zona leste independem da Copa do Mundo. Caso as promessas para a região sejam cumpridas, é possível que o Mundial aconteça ainda sobre suas obras. Isso, claro, se o estádio corintiano for confirmado como o que será utilizado de fato em 2014.