Principais entidades esportivas de “mbito mundial, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Fifa manifestaram intenções radicalmente dicotômicas sobre denúncias feitas na última segunda-feira, que envolveram dirigentes do alto escalão do futebol. Enquanto a instituição olímpica anunciou que pretende investigar o caso, o grupo ligado à modalidade considerou o assunto encerrado.
As denúncias envolvendo dirigentes do futebol começaram com uma reportagem do jornal “Tages-Anzeiger”, que acusou o brasileiro Ricardo Teixeira (presidente da CBF), o paraguaio Nicolás Leoz (presidente da Conmebol) e o camaronês Issa Hayatou (presidente da CAF) de terem feito parte de uma lista de pagamentos da agência de marketing ISL/ISMM.
Ainda na última segunda-feira, o canal “BBC” exibiu reportagem em um programa chamado “Panorama” sobre bastidores da Fifa. Segundo o documentário, Teixeira embolsou US$ 9,5 milhões (R$ 16,37 milhões) da ISL e ganhou outros US$ 2,5 milhões (R$ 4,31 milhões) entre 1999 e 2001. Leoz lucrou algo em torno de 864 mil francos suíços (R$ 1,5 milhão), e Hayatou recebeu 24,7 mil francos suíços (R$ 42,5 mil).
Teixeira e Leoz já haviam sido envolvido anteriormente nesse tipo de acusação, mas o nome de Issa Hayatou apareceu ligado à ISL pela primeira vez. Em comunicado oficial, o COI prometeu apurar os fatos.
“O COI tomou nota das acusações, e pedirá aos produtores do programa que entreguem todas as provas que eles tiverem. Temos uma política de não tolerar corrupção, e isso será analisado por nosso comitê de ética”, disse o comunicado.
A postura da Fifa foi radicalmente contrária. A entidade disse que o caso foi tratado por um tribunal suíço e que houve um acordo em 2008 sem que nenhum dirigente tenha sido acusado de cometer algum crime.
Em nota oficial, a Fifa disse que “o inquérito e o caso estão definitivamente encerrados”. A entidade também assegurou que não vai alterar a programação de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022 – o evento de definição está agendado para a próxima quinta-feira.