Um dia depois de o programa “Panorama”, veiculado pela rede inglesa “BBC”, ter divulgado denúncias envolvendo três membros de alto escalão da diretoria da Fifa, dois dos citados adotaram caminhos diferentes. Enquanto o brasileiro Ricardo Teixeira preferiu o silêncio, o camaronês Issa Hayatou já começou a falar em processar o canal.
Ambos estavam em uma lista de dirigentes que, segundo a “BBC”, receberam propina da falida agência de marketing esportivo ISL/ISMM, parceira da Fifa no fim da década de 1990. No caso de Teixeira, o lucro chegou a US$ 9,5 milhões (R$ 16,37 milhões).
O nome do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aliás, já havia aparecido anteriormente em denúncias similares. O paraguaio Nicolás Leoz, mandatário da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e outro citado pela reportagem, também voltou a conviver com esse tipo de acusação.
Nesta terça-feira, Teixeira chegou em silêncio a Zurique, na Suíça. Ele viajou à cidade para acompanhar a eleição dos países que receberão a Copa do Mundo de futebol em 2018 e 2022 – o brasileiro é um dos votantes, e o anúncio será realizado na próxima quinta.
A postura foi diferente do comportamento de Hayatou. O presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF) explicou que o dinheiro que recebeu da ISL no relatório mostrado pela reportagem inglesa fazia parte de um aporte à festa de aniversário da entidade continental.
Segundo Hayatou, o patrocínio da ISL foi registrado no caixa da CAF na época e passou por auditoria posteriormente. “Esse dinheiro não era para mim, e eu tenho como provar isso. Tenho uma reunião marcada com os meus advogados, e nós definiremos então o que iremos buscar nos tribunais”, disse o dirigente.