Realidade que ameaça países europeus, a crise financeira também se transformou em uma grande preocupação para o futebol do Velho Continente. Nesta semana, os presidentes da Uefa, Michel Platini, e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), Karl-Heinz Rummenigge, se uniram para ressaltar a import”ncia de os times da região levarem a sério o conceito de fair play financeiro.
A ideia foi lançada pela Uefa em 2009, aprovada pelo comitê executivo da entidade, e tem como principal base a ideia de que os clubes não podem gastar mais do que faturam. A meta é evitar um colapso econômico no futebol do Velho Continente.
No ano seguinte, a instituição emitiu um regulamento sobre licenciamento de clubes e fair play financeiro, que foi publicado com intenção de servir como balizamento para os novos procedimentos.
A nova regra estabelece uma fase de adaptação de três anos. Após esse período, a Uefa vai punir os clubes que não estiverem totalmente adaptados aos conceitos do fair play financeiro.
“Trata-se de um projeto complexo, mas que eu considero vital para o futuro do futebol. Não é algo que foi projetado para colocar os clubes em dificuldade, mas para tirá-los de um espiral infernal que evita que eles tenham um modelo viável em longo prazo”, disse Platini.
Segundo dados divulgados pela Uefa nesta semana, o faturamento total dos clubes da elite europeia no ano fiscal de 2009 chegou a 11,7 bilhões de euros. Entretanto, com a alta dos custos, as perdas líquidas atingiram 1,2 bilhão de euros, quase o dobro do recorde anterior.
“Não existe volta. Eu estou convencido de que todos os clubes, incluindo os principais da Europa, vão fazer de tudo para se adequar às novas regras”, projetou Rummenigge.