A queda-de-braço entre Robinho, Real Madrid e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deixou evidente que o futebol vive, hoje, uma fase puramente mercadológica. Segundo José Carlos Brunoro, ex-gerente de esportes da Parmalat na época do patrocínio com o Palmeiras e atual diretor do Pão de Açúcar Esporte Clube, Robinho não precisa da seleção para crescer na sua carreira. ?Um jogador mais jovem não dá para fazer isso. Tem que atender a seleção, pois ele precisa se projetar. Para o Afonso, apesar de jogar na Europa, o interessante ainda é jogar na seleção. Mas um jogador mais experiente tem condições de negar a seleção, em prol do clube?, destaca José Carlos Brunoro. Já para o sócio da Comcept Sports Consulting, agência de consultoria esportiva, Diogo Kotscho, o caso deixa claro que a fase lúdica envolvendo a seleção brasileira deu lugar à mentalidade mercadológica. “O Real é a meta do Robinho. Em caso de jogadores mais jovens ou menos conhecidos, a seleção representa a possibilidade de ir para um clube de ponta, possivelmente até o próprio Real Madrid. O Afonso, por exemplo, sabe que uma boa seqüência de jogos na seleção deve levá-lo para um grande centro”, diz.