Um dos esportes que mais se adaptou para se tornar um produto comercialmente viável para a televisão, o vôlei terá nova alteração para a próxima temporada. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) mudou a forma como os atletas eram classificados para facilitar a repatriação dos principais ícones da modalidade. O objetivo com a ação é fazer com que a Superliga consiga um espaço na grade de programação da TV Globo. ?Estamos conversando com a Globo. É uma negociação que já vem de algum tempo. Apesar de não ser decisiva a presença desses atletas, ela ajudaria a criar mais atrações para a competição?, afirma Renato D?Ávila, gerente de competições nacionais da CBV. O executivo, que aguarda uma resposta da emissora para dar continuidade às negociações, nega porém que a Globo tenha interferência direta na medida, mas confirma que segue algumas etapas ditadas pela TV no processo de negociação. ?Ainda não tem nada definido em relação ao dia ou horário dos jogos. Estão sendo cumpridas etapas que a própria direção da Globo estabeleceu, e estamos seguindo o cronograma deles. Estamos avançando aos poucos?, completa o dirigente que, mesmo sem confirmar, trabalha com a hipótese de que as partidas sejam transmitidas, ao vivo, aos sábados pela manhã. Como a volta dos ídolos é uma das peças fundamentais para o acerto com a Globo, a CBV definiu uma alteração no sistema de classificação dos atletas. Antes os atletas de ponta recebiam uma pontuação máxima, com o objetivo de impedir que um mesmo clube contratasse diversos atletas de seleção, desequilibrando a Superliga. Agora, a CBV acabou com o limite de pontos de uma mesma equipe. Mesmo com esse esforço, o único que aceitou trocar as quadras européias pelas brasileiras foi o ponta Nalbert. O jogador, que abandonou recentemente o vôlei de praia e estava no mercado italiano, acertou um contrato com o Telemig Celular/Minas e receberá cerca de R$ 1 milhão por temporada. ?Só com a volta do Nalbert e com a viabilização do retorno de mais algum atleta, já vamos perceber a movimentação que isso irá gerar. Aumenta o interesse da imprensa, gera mais notícia, e todo mundo acaba saindo beneficiado?, diz D?Ávila. Mesmo com as especulações em torno da volta do oposto Anderson, que também poderia ir para o clube mineiro, a CBV reconhece que apenas a mudança no sistema de ranking dos jogadores não é suficiente. ?Sempre acreditamos que o ranking não era impedimento para eles voltarem ou o motivo para saírem, pois o problema sempre foi financeiro?, lamenta o dirigente. Apesar de negar qualquer ajuda financeira para repatriar esses jogadores, a CBV diz que cria opções para que as equipes economizem e, com isso, tenham mais possibilidades para fazer essas contratações. ?Criamos dentro das condições que conseguimos com os patrocinadores da Superliga meios para que as despesas dos clubes sejam menores. Temos uma parceria com a TAM, por exemplo, e o desconto que é conseguido é repassado integralmente. Com a Penalty conseguimos 90 bolas por clube para cada temporada. São coisas que os clubes recebem da CBV ao invés de gastar, o que pode gerar uma economia de até R$ 350 mil por ano?.