Circuito mais bem pago do golfe mundial, o PGA Tour não é exatamente um evento de grande repercussão no Brasil. O simples fato de estar presente na competição também não é um feito esportivo comparável a um título olímpico ou mundial. Contudo, por ser apenas o segundo da história a ter obtido vaga e por ter interrompido uma estiagem de quase três décadas, o paulista Alexandre Rocha, 33 anos, transformou-se em arma de marketing para a modalidade.
Rocha vive nos Estados Unidos, e nos últimos cinco anos perambulou por Ásia e Europa. Entretanto, começou sua carreira no São Fernando Golf Club, que fica em Cotia (São Paulo). Por isso, a Federação Paulista de Golfe (FPG) pretende aproveitar a imagem dele a fim de popularizar a modalidade.
“O Alex tem a imagem muito atrelada à Federação Paulista. Conversamos com ele, e ele vai nos ajudar muito. Tenho certeza disso”, disse Manuel Gama, que foi empossado na noite da última segunda-feira para mais um triênio na presidência da entidade – ele já comanda a instituição há dois anos.
Inicialmente, a proposta da FPG é aproveitar a imagem de Rocha de duas formas: o golfista foi incitado a conceder muitas entrevistas para aproveitar a classificação ao PGA como meio de ganhar mídia, e também vai participar no contato direto com atletas e empresas.
Patrocinado por Adidas, Hugo Boss e Taylor Made, Rocha já disputou torneios de golfe por todo o planeta, incluindo circuitos no Canadá, na Europa e na Ásia. Ele conquistou em dezembro do ano passado a classificação para o PGA.
A vaga de Rocha foi obtida com a 22ª posição no Q-School, torneio classificatório disputado em Orlando (Estados Unidos). Antes dele, o único brasileiro a disputar o PGA foi Jaime Gonzalez, em 1982.
O mais curioso é que o caminho de Rocha não é exatamente o que as entidades esportivas do Brasil pretendem para o golfe. Ele serve como chamariz, mas passou a ser profissional e viajou pelo mundo. Como a modalidade vai ser incluída no programa olímpico no Rio-2016, a ideia é fomentar o início, mas focar no desenvolvimento de outro perfil de atleta.
“São coisas diferentes. Temos outros 15 golfistas bons nos Estados Unidos e na Ásia, mais um na África do Sul. Esses são aqueles que cresceram com ‘paitrocínio’ e têm uma condição diferente. Não tem nada a ver com o projeto olímpico”, completou Gama.
Na cerimônia de posse da nova diretoria, a FPG homenageou Alexandre Rocha. Ele foi representado pelos pais, e a mãe do golfista fez um discurso de agradecimento pelo apoio recebido da entidade.