A empresa norte-americana de finanças Deloitte publicou uma projeção que indica que as receitas globais do esporte feminino ultrapassarão a marca de US$ 1,28 bilhão pela primeira vez em 2024.
O relatório aborda tecnologia, mídia e telecomunicações, e é atribuído ao aumento expressivo do público nos estádios e à audiência televisiva em diferentes modalidades esportivas, além do “crescimento de acordos comerciais e de transmissão mais lucrativos”. A projeção agrega apenas o que chama de “esportes de elite”.
Os dados indicam que, nos Estados Unidos, 15% da cobertura midiática esportiva é proveniente do esporte feminino. Além disso, um relatório do Sports Innovation Lab revela que 83% das marcas pretendem aumentar seus investimentos midiáticos no esporte feminino em 2024.
De acordo com Jennifer Haskel, líder de insights do grupo de negócios esportivos da Deloitte, as receitas geradas desde 2021 aumentaram mais de 300%.
“Estamos vendo muita popularidade em termos de audiência, público, etc. Isso mostra que também é uma ótima decisão de negócios investir e apoiar o esporte feminino. É isso que acho que esse bilhão de dólares mostra”, disse Haskel.
Eventos
Para justificar a projeção, o levantamento cita eventos como a final da Copa do Mundo Feminina de 2023, entre Espanha e Inglaterra, que foi assistida por 75.784 pessoas em Sydney, e a Copa do Mundo de Críquete Feminino de 2019, que teve um público de mais de 86 mil pessoas na vitória da Austrália sobre a Índia, por exemplo.
Além disso, a Superliga Feminina da Inglaterra (WSL, na sigla em inglês) vem progressivamente realizando partidas em estádios da Premier League masculina.
Outro fator é que a National Women’s Soccer League (NWSL) e a Women’s National Basketball Association (WNBA) nos Estados Unidos têm impulsionado esse crescimento, com o futebol liderando a projeção da Deloitte, estimado em US$ 555 milhões, seguido pelo basquete, com US$ 354 milhões.
“As receitas de jogos e transmissões continuarão a crescer, mas os comerciais são realmente a maior alavanca para o esporte feminino no momento. Estamos começando a ver acordos comerciais apenas para mulheres, mas também porcentagens de negócios completos de clubes sendo atribuídos à seleção feminina”, afirmou Haskel.
“[O esporte feminino] É um ponto de entrada de baixo custo, mas há potencial para recompensas muito altas, bem como oportunidades para diferentes patrocinadores que poderiam entrar”, concluiu a executiva.