Com 283 negociações, o Brasil manteve no ano passado a liderança entre os países que mais exportam jogadores de futebol no planeta. Contudo, esse não é mais o único ranking em que a região aparece na frente. Segundo levantamento realizado pelo grupo de estudos Professional Football Players Observatory (PFPO), os pentacampeões mundiais também são os que mais reimportam atletas e os que contratam reforços com a média etária mais elevada.
O PFPO é formado por acadêmicos do International Centre of Sports Studies (CIES), da universidade de Neuch”tel, da universidade de Franche-Comté e do Institute of Sports Science da universidade de Lausanne (ISSUL). O estudo considerou 101 campeonatos espalhados pelo planeta, que envolveram 1.569 clubes, e foi baseado em pesquisa.
De acordo com o levantamento, o Chipre é o país que mais importou atletas em 2010. Foram 219 jogadores, ou uma média de 7,8 para cada um dos times da primeira divisão nacional.
O Chipre foi seguido por Grécia (205), Portugal (182), Inglaterra (143) e Turquia (135) nas cinco primeiras posições do ranking de importações. A primeira liga não europeia é a dos Estados Unidos, que contratou 116 atletas e apareceu na décima posição geral.
O time que mais importou jogadores em 2010 também é do Chipre. O campeão desse quesito foi o AEP Paphos, que contratou 18 atletas que estavam em ligas de outros países. A segunda posição foi dividida por Celtic (Escócia), Iraklis (Grécia) e Olympiakos (Chipre), cada um com 16 reforços “estrangeiros”.
Nessa parte do estudo, o futebol brasileiro não obteve grande destaque. Quando os números passaram a analisar exportação e reimportação, porém, a situação foi bem diferente.
O futebol brasileiro negociou 283 atletas em 2010. Esse foi o maior contingente do planeta, seguido pelos 215 jogadores da Argentina. Depois, aparecem Sérvia (150), Uruguai (96), Espanha e França, cada um com 77.
Também é do Brasil um dos times que mais reimportaram jogadores em 2010. O Flamengo, que viabilizou o retorno de dez atletas ao país, divide com o uruguaio Peñarol o primeiro posto do ranking.
O curioso é que o estudo mostra claramente uma característica comum aos jogadores que o futebol brasileiro contratou no ano passado. A liga nacional é a que contratou atletas de outros países com faixa etária mais elevada.
Enquanto a primeira divisão do Campeonato Italiano buscou jogadores com média de 23,56 anos, por exemplo, a elite do Brasileiro importou atletas com faixa de 29,04 anos.
O ranking das ligas que contrataram jogadores mais velhos em 2010 também tem a segunda divisão do México (28,52), a elite da China (28,50), a primeira divisão da Colômbia (28,49) e a segundona do Chile (28,19).
O mais curioso é que, ao contrário do estigma, os jogadores brasileiros não estão entre os que deixam o país com menor média etária. A faixa dos atletas nacionais que vão para outros países é de 24,48 anos, a nona do mundo. O país que exporta mais jovens é a Inglaterra, na casa dos 21,81.