A possibilidade parecia espetacular. O Santos, ao completar 100 anos de existência, ganharia como reforço a Mangueira, escola de samba do Rio de Janeiro, que homenagearia a equipe durante um dos principais carnavais do planeta. Em contrapartida, teria “recompensa” financeira. Parecia espetacular, mas não será executada.
A escola de samba anunciou no início deste mês que escolheu o “Cacique de Ramos” como enredo para o carnaval de 2012. A ideia de explorar o centenário do Santos havia sido especulada pelo próprio Ivo Meirelles, presidente da Mangueira, em blog. Negociações, de fato, existiram, mas dois pontos impediram acordo: tempo e dinheiro.
Em primeiro lugar, a escola estipulou que o enredo deveria ser definido até 9 de abril, diferentemente da data que havia divulgado anteriormente, 28 de abril. Essa mudança no cronograma reduziu drasticamente o tempo de negociação entre ambas as partes. No Santos, entende-se que não houve tempo para encontrar soluções.
A Mangueira, por outro lado, exigia em torno de R$ 12 milhões para que o negócio fosse sacramentado. A equipe da Baixada Santista poderia recuperar esse valor por meio da venda de cotas relacionadas à escola. Uma opção era, por exemplo, negociar propriedades na camisa alvinegra e camarotes no carnaval, em pacote conjunto.
Sem tempo útil para encontrar garantias financeiras para a ação, o Santos perdeu a oportunidade de ganhar repercussão internacional durante o carnaval do próximo ano, principal meta da direção da equipe. Em especial período, no qual o futebol carece de notícias atraentes, o clube queria aparecer para o mundo, mas o plano malogrou.