A volta do Ceará ao Campeonato Brasileiro, na temporada anterior, revelou condição pouco confortável do clube. Quando analisados boletins financeiros posteriores às partidas disputadas pela equipe alvinegra, notava-se que fatias da receita líquida eram frequentemente penhoradas para pagamento de dívidas. Essa realidade deve mudar.
Desde 2008, quando Evandro Leitão chegou à presidência do time cearense, a direção do clube vem negociando dívidas trabalhistas para estancar perdas. O endividamento, àquela altura na casa dos R$ 9 milhões, pode ser totalmente quitado até 2014, quando o Ceará completará 100 anos. Essa, pelo menos, é a meta.
Para a temporada de 2011, está previsto o pagamento de aproximadamente R$ 2,35 milhões em dívidas. O valor já é inferior aos R$ 2,8 milhões pagos em 2010, e a previsão é que em 2012 esse montante seja reduzido para R$ 200 mil. Desse modo, para o próximo ano, espera-se ter R$ 2 milhões sobressalentes para investimentos.
“Nós percebemos em 2008 que estávamos perdendo muito dinheiro com o pagamento de ações trabalhistas, juros, então começamos a renegociar as dívidas para pagar em parcelas fixas, às vezes maiores, mas que quitam a dívida efetivamente”, explica Mauricio Dias, sócio do Fã-Clube, agência que gere o marketing do Ceará.
Durante o Brasileiro de 2010, apenas dos valores recebidos por meio da venda de ingressos, a renda de bilheterias, foram penhorados cerca de R$ 682 mil. Outro exemplo está na temporada anterior, quando o clube cearense foi promovido à primeira divisão. Embora tenha recebido R$ 600 mil da CBF, R$ 1 milhão foi perdido por causa dessas dívidas.