Convidado pela presidente Dilma Roussef, Henrique Meirelles disse em março deste ano que aceitava assumir o comando da autoridade pública olímpica (APO), instituição que pública que vai controlar projetos voltados aos Jogos Olímpicos e que é uma das principais exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI). Até agora, contudo, o executivo ainda não foi oficializado no cargo. Em meio à incerteza sobre isso, ele preferiu o silêncio neste sábado, em São Paulo.
Meirelles participou do Fórum Nacional do Esporte, evento promovido pelo grupo de líderes empresariais Lide. Ele falou rapidamente durante o almoço, mas evitou responder às perguntas da imprensa.
Em seu discurso, o ex-presidente do Banco Central enalteceu o momento econômico do Brasil e disse que essa fase teve papel preponderante para que o país conseguisse os direitos de receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que terão o Rio de Janeiro como sede.
“Chicago era uma das cidades candidatas a receber a Olimpíada de 2016. Mas enquanto o Brasil vivia um momento econômico muito positivo, os Estados Unidos atravessavam uma crise. Isso fez os Jogos virem para cá”, opinou o executivo.
A economia serviu como plano de fundo para um discurso elogioso de Meirelles sobre o momento brasileiro. O ex-presidente do BC endossou resultados positivos do governo federal nos últimos anos, sobretudo no aspecto social.
A fala de Meirelles, porém, ficou restrita ao discurso elogioso e político. Interpelado por jornalistas sobre temas como o porquê de ainda não ter sido oficializado pelo Senado como presidente da APO, por exemplo, ele se recusou a falar.
O curioso é que até o programa do Fórum Nacional do Esporte sofreu com a indefinição de Meirelles. O material de apresentação do evento classifica o executivo como APO, mas a organização explicou no discurso de abertura que ele falaria apenas como ex-presidente do BC.
A demora para Meirelles ser oficializado no cargo tem uma série de razões. O futuro presidente da APO sofre pressões políticas de autoridades do Rio de Janeiro, que tentam esvaziar o poder dele no cargo. Além disso, segundo o “Blog do Juca”, ele exige status de ministro no posto, entre outras coisas, para responder a processos em foro especial.