Os Jogos Olímpicos de 2016, a serem realizados no Rio de Janeiro, começam a gerar negócios para clubes de futebol. Com o interesse do empresário Eike Batista nos hotéis da cidade e a necessidade da prefeitura em viabilizar a organização do evento, o Flamengo deve acertar acordo de R$ 31 milhões nas próximas semanas.
A equipe é dona de prédio, denominado Morro da Viúva, e esse local despertou o interesse do bilionário para que seja transformado em apart-hotel. Em função da localização privilegiada, com acesso às principais avenidas da zona sul da cidade e ao aeroporto Santos Dumont, o estabelecimento atenderia turistas durante o evento.
Pela concessão de 25 anos, com possibilidade de renovação por mais 25 anos, Batista deve pagar em torno de R$ 18 milhões. O Flamengo ainda pretende elevá-lo mais um pouco, para R$ 20 milhões, mas ficará satisfeito por mais que o empresário não esteja disposto a tanto. Com o recebimento de royalties, esse número ainda irá subir.
O intuito do bilionário é reformar o prédio, atualmente em condições pouco favoráveis, e administrá-lo em seguida. O clube, em contrapartida, teria dois andares voltados para a concentração de atletas e comissão técnica, mais 1,5% do faturamento em forma de royalties após os dois primeiros anos de parceria.
Por outro lado, a prefeitura do Rio de Janeiro tende a perdoar dívida de R$ 13 milhões. Por ser uma entidade esportiva, o Flamengo não paga Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em imóveis voltados para a prática do esporte, mas não está livre da cobrança em relação a áreas comerciais, despesa que nunca foi paga no caso do Morro da Viúva.
Desse modo, sem considerar os royalties a serem recebidos a partir de 2013, o Flamengo terá R$ 18 milhões para investir e redução no endividamento em outros R$ 13 milhões. Falta a aprovação do conselho deliberativo, mas, segundo apurou a Máquina do Esporte, a única exigência a ser feita será o uso dessa verba em fins patrimoniais.
A área hoteleira, no Rio de Janeiro, é uma das prioridades do governo local para conseguir receber os Jogos Olímpicos. Até janeiro deste ano, havia 29 mil leitos disponíveis, mas esse número terá de ser elevado a 50 mil leitos até a realização do evento, para acatar às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI).