Garrincha, Ademir da Guia e Adílio. Imagine se, num intervalo de menos de 12 horas, o futebol brasileiro perdesse esses três grandes ícones. É mais ou menos esse o sentimento de surpresa e tristeza que fica o jornalismo esportivo no Brasil nesta quinta-feira, 16 de maio de 2024.
Num intervalo de menos de um dia, três dos maiores ícones do jornalismo esportivo brasileiro morreram, após enfrentarem doenças que o haviam tirado da frente dos microfones: Silvio Luiz, Antero Greco e Washington Rodrigues, o Apolinho.
Silvio Luiz, narrador esportivo, morreu aos 89 anos em São Paulo, depois de ter sofrido um AVC durante a transmissão da final do Campeonato Paulista, em 7 de abril. Um dos maiores ícones da narração esportiva brasileira, Silvio era o nosso Garrincha. Irreverente, imparável, incorrigível, imprevisível. Vem marcando gerações desde os anos 80, quando seus bordões se popularizaram junto com as transmissões ao vivo da televisão.
Antero Greco, comentarista, morreu aos 69 anos, também em São Paulo, em decorrência de um tumor no cérebro, que já o havia feito deixar os programas da ESPN. Oriundo da imprensa escrita, Antero marcou a história moderna do jornalismo ao formar uma dupla espetacular com Paulo Soares, o Amigão, na apresentação do SportsCenter, programa de notícias que fechava o dia esportivo na ESPN brasileira. Tinha na condução de sua carreira a classe de um Ademir da Guia, ídolo do Palmeiras, clube pelo qual torcia.
Washington Rodrigues morreu aos 87 anos, no Rio de Janeiro. Conhecido pelo apelido de Apolinho, ele marcou a história do rádio no Rio e no Brasil, com um jeito peculiar de conduzir programas e transmissões. A ligação com o Flamengo era tão forte que Rodrigues chegou a ser técnico do Rubro-Negro em 1995, comandando um time que tinha nada mais do que Romário como grande astro. Em 1998, foi diretor de futebol do clube de coração. Apolinho pode ser considerado um Adílio, ídolo do Flamengo campeão do mundo em 1981, extremamente identificado e venerado pela maior torcida do país.