Cientes da import”ncia que os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro terão para o país, alguns setores estão aproveitando a ocasião para reivindicar aumentos salariais e melhores condições de trabalho. O último caso foi o dos policiais da capital carioca, que ameaçam paralisação total durante o evento. A tentativa dos policiais, porém, não deve ter sucesso, segundo o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O político classificou como ?chantagem? e “oportunista” o movimento de paralisação especulado às vésperas do Pan. ?Realmente não há momento mais fora de propósito do que este, num momento que você recebe milhares de convidados nacionais e internacionais. Não há negociação enquanto houver Pan-Americano, eu não trabalho com chantagem?, afirmou Cabral. Nesta quarta-feira, os policiais civis realizam uma assembléia para decidir se a greve será mantida durante os Jogos Pan-Americanos. A Polícia Militar também estuda aderir à paralisação, o que prejudicaria muito o plano de segurança elaborado para a competição e comemorado como um dos grandes legados deste evento para o Rio de Janeiro. Enquanto o governador se preocupa com a segurança, o governo federal trabalha para evitar mais problemas no transporte aéreo do Pan. Os aeroportuários pretendiam iniciar uma paralisação a partir desta quarta-feira, caso não tivessem suas reivindicações atendidas. Temendo um ?apagão aéreo? às vésperas do Pan, a Infraero concordou em negociar novos termos e acenou com a possibilidade de conceder um reajuste salarial de 6%, contra os 3% oferecidos inicialmente. Porém, a categoria pede um aumento de 33%. ?Os sindicalistas vão levar a proposta à discussão na sexta-feira, mas suspenderam a paralisação de quarta-feira”, informou a Infraero, por meio de sua assessoria de imprensa. Mais do que um grande caos caso essas duas categorias realmente fiquem sem trabalhar durante o Pan, as paralisações irão provocar um efeito cascata na economia do Rio de Janeiro. Um dos primeiros setores a sentir esses efeitos será o de hotelaria. ?[O] caos aéreo que tomou nossos céus e aeroportos brasileiros desde o ano passado vem se transformando na maior tragédia do turismo nacional, equivalendo a um tsunami asiático no que diz respeito aos prejuízos econômicos?, disse Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) do Rio de Janeiro, à ?Folha de S. Paulo?.