A menos de duas semanas para começar o Campeonato Espanhol, a Associação de Futebol Espanhol (AFE) declarou que os atletas da primeira e da segunda divisão do país entraram em greve. O motivo do movimento foi os atrasos de salários, que já somam 50 milhões de euros, e que tem sido cada vez mais comum entre os clubes.
Cem jogadores, ao lado do presidente de seu sindicato, Luis Rubiales, comunicaram a decisão de entrar em greve nas duas primeiras rodadas do Campeonato Espanhol. Entre os que fizeram o anúncio, estavam nomes da seleção espanhola, como Iker Casillas, Carlos Puyol e Xabi Alonso.
A revolta surgiu após a Liga Espanhola anunciar um acordo sobre a criação de um fundo para pagar as dívidas dos jogadores até 2015. A discord”ncia ocorreu principalmente por não haver uma medida que impeça futuros atrasos. Na Alemanha e na Inglaterra, por exemplo, os clubes são punidos esportivamente quando atrasam salários.
Luis Rubiales indicou o valor da dívida atual, de 50 milhões de euros, e o número de jogadores afetados, 200. O problema ficou evidenciado pelo crescimento repentino dos dados. Na temporada passada, cem jogadores exigiam o cumprimento de uma dívida de 12 milhões de euros. O presidente do sindicato se mostrou descrente que os valores fossem pagos até 2015.
A situação dos clubes da Espanha é reflexo da crise que persiste no país desde a crise econômica mundial de 2008. O país enfrenta um mercado interno pouco aquecido, com desemprego que passa dos 20% da população ativa, o maior número em décadas.
No futebol, clubes como Atlético de Madrid, Valencia e Sevilla se recusaram a baixar o valor de patrocínio e iniciarão a temporada com os uniformes limpos. A situação explicita a situação financeira delicada vivida pelos clubes da Espanha.