Após preencher peito, costas, mangas, ombros e interior do número, a última propriedade disponível no uniforme do Flamengo, o calção, pode estar muito próxima de ser ocupada. O clube carioca afirmou ter proposta de R$ 10,5 milhões da Cosan, dona da marca Mobil. Mas o negócio é mais complexo do que mero patrocínio.
Dessa quantia, R$ 2,8 milhões seriam destinados ao pagamento da inserção da marca Mobil, fabricante de lubrificantes, no uniforme rubro-negro. Os outros R$ 7,7 milhões representariam acordo para resolver confronto judicial causado pelo uso da Cosan, com a marca Esso, de terreno pertencente ao clube carioca na Gávea.
Essa proposta, composta por patrocínio ao calção e acordo de natureza jurídica, faria com que o Flamengo perdoasse dívida de R$ 15 milhões acumulada após o uso irregular do terreno. Para a equipe, aceitar a oferta de R$ 10,5 milhões seria interessante, pois aceleraria o processo para receber o montante devido.
Internamente, entretanto, o Flamengo ainda não chegou a um consenso sobre o que fará com a oferta da multinacional. “A causa está ganha, então nós preferimos, em uma linha estadista, esperar para receber os R$ 15 milhões que eles nos devem”, afirma Leonardo Ribeiro, presidente do conselho fiscal do clube carioca.
Mas há dirigentes que preferem fechar logo acordo com a empresa para adiantar a entrada do dinheiro. Caso o atual negócio proposto pela Cosan seja recusado, entre dirigentes flamenguistas, não há certeza se a empresa teria interesse apenas na cota de patrocínio. A Traffic, parceira comercial da equipe, não está envolvida.
À Máquina do Esporte, a Cosan afirmou que “não irá se manifestar sobre essas especulações” e não deu mais detalhes sobre a proposta.