Desde o Campeonato Brasileiro de 2009, quando deixou a zona de rebaixamento mesmo sob certezas de matemáticos de que descenderia à segunda divisão, o Fluminense tem explorado o conceito de “time guerreiro” no marketing. A despeito de usar valores como esse, entretanto, o clube pretende ficar longe de lutadores de fato.
Para ilustrar a maneira como os dirigentes têm usado essa fama de time “raçudo”, o lançamento do uniforme no início deste ano foi feito em cenário de castelo medieval. A terceira camisa, chamada de “armadura”. Até os pacotes de ingressos para competições inteiras são denominados “Guerreiro Tricolor” desde o início da temporada.
“Esse é um conceito que acabamos nos apropriando involuntariamente, mas não está nos nossos projetos patrocinar nenhum lutador”, pondera Idel Halfen, vice-presidente de marketing da equipe. A atitude se difere do que Corinthians, Internacional e Cruzeiro fizeram recentemente, ao se aproximar de determinados atletas de MMA.
O Fluminense até esteve presente no Ultimate Fighting Championship (UFC) do Rio de Janeiro, realizado no fim do último mês, mas apenas para homenagear organizadores e marcar presença. “Estivemos com o Dana White [presidente do UFC], mas, na parte de esportes, não há nada nesse sentido”, acrescenta o vice-presidente.
Dessa maneira, a equipe das Laranjeiras se mantém afastada de movimento que tem se fortalecido. A relação entre lutadores e clubes de futebol – sobretudo no caso de Anderson Silva e Corinthians, que farão academia de MMA em São Paulo – tem se estreitado. O clube que mais aposta no valor “guerreiro”, porém, ficará de fora.