Maior medalhista da história olímpica do Brasil, Rebeca Andrade, de 25 anos, agora soma 1 ouro, 2 pratas e 1 bronze nas Olimpíadas de Paris 2024. E não é só no pódio que a ginasta domina as estatísticas dos Jogos. Na premiação oferecida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) aos medalhistas, a atleta já faturou R$ 826 mil. Sozinha, Rebeca ganhou 31% da verba com premiação despendida pela entidade até o momento.
No total, o COB irá pagar R$ 2,66 milhões pelas 11 medalhas ganhas pelo Time Brasil até esta segunda-feira (5). Foram 2 ouros, 4 pratas e 5 bronzes. A delegação nacional ocupa a 17ª posição no quadro geral de medalhas.
Presente em todas as medalhas da ginástica artística, Rebeca ajudou a a modalidade a se tornar a segunda mais premiada pelo comitê em Paris: R$ 1,050 milhão será pago às atletas da modalidade. Até o momento o país ganhou 1 ouro (solo), 2 pratas (individual geral e salto) e 1 bronze (equipes). A ginástica amealhou 39,5% da premiação do COB.
O líder nessa classificação é o judô, que ganhou 1 ouro (Bia Souza), 1 prata (Willian Lima) e 2 bronzes (Larissa Pimenta e por equipes). Nos tatames, os judocas brasileiros garantiram premiação de R$ 1,12 milhão ou 42,1% do que foi pago até aqui.
As demais modalidades estão bem abaixo de judô e ginástica. O atletismo já garantiu R$ 210 mil com a prata de Caio Bonfim na marcha de 20 km (7,9% do total).
Já o boxe e o skate receberão R$ 140 mil cada um, com os bronzes, respectivamente, de Bia Ferreira (categoria até 60 kg) e Rayssa Leal (street). Cada modalidade ficou com 5,3% do total pago pelo COB até agora.
Patrocinadores
Patrocinada por marcas como Riachuelo, Docile, Havaianas, Medley, Hemmer, Panasonic, Adidas, Nívea, Volvo, Parmalat/Whey Fit,Sankhya e Vult, Rebeca Andrade ainda deve faturar valores adicionais oferecidos por seus parceiros comerciais.
No entanto, questionada sobre o tema, Danielle Von Schneider, CEO da Agência de Atletas e gestora das parcerias comerciais da ginasta, não se pronunciou.
Recordista
Com o ouro no solo, derrotando a supercampeã Simone Biles, Rebeca, além da reverência da adversária na cerimônia do pódio, também se tornou a atleta mais vitoriosa do Brasil na história dos Jogos Olímpicos.
Na carreira olímpica, a brasileira soma 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze, superando o desempenho de dois velejadores que lideravam essa estatística: Robert Scheidt (2 ouros, 2 pratas e 1 bronze) e Torben Grael (2 ouros, 1 prata e 2 bronzes).
O antigo detentor do recorde brasileiro fez questão de mandar os parabéns a Rebeca, após ser superado pela ginasta.
“’Sinto muito orgulho de você e o Brasil todo também sente muito orgulho. Você vai inspirar muitas crianças a praticar o teu esporte, a praticar esporte em geral, a sonhar em ser grandes atletas”, afirmou Scheidt, que se despediu das Olimpíadas em Tóquio 2020.
“Aproveite esse momento para conseguir curtir um pouco. Eu sei que a vida agora vai ficar uma loucura. Mas tire alguns minutos, algumas horas pra você e pra conseguir comemorar esse efeito histórico, essa escalada dessa montanha gigantesca que você escalou”
Robert Scheidt, ex-recordista do Brasil em medalhas olímpicas
Scheidt, que disputou sete edições dos Jogos Olímpicos, exaltou o fato de sua marca, ter sido ultrapassada por Rebeca em apenas duas participações olímpicas.
“A gente fica muito feliz por ter surgido no Brasil um talento como você. Ter conseguido superar nossa marca. O esporte é isso aí: é superação. É ter alguém que vai vir e fazer algo melhor”,celebrou Scheidt, que recentemente teve lançada sua biografia, “Robert Scheidt: O amigo do vento”, escrita pelo jornalista Rafael de Marco.