Em respostas às denúncias feitas pela revista “Veja” no último fim de semana, Orlando Silva Junior, ministro do Esporte, atacou nesta segunda-feira (17) a publicação e pediu de autoridades que as denúncias sejam apuradas brevemente.
“Não houve, não há e não haverá nenhuma prova sobre as mentiras faladas por esse criminoso, simplesmente porque os fatos relatados pela revista não correspondem à verdade”, afirmou o líder do Ministério do Esporte em coletiva de imprensa realizada no fim desta tarde, em referência a João Dias, policial envolvido em suposto esquema de desvio de verba pública ouvido pelo periódico.
De acordo com Silva, que se encontrou como os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), haverá nova reunião na próxima terça, às 14h30, no Congresso Nacional.
“Hoje, pedi à Polícia Federal que apure tudo o que está na reportagem. Ao procurador-chefe da República, eu mesmo propus que o Ministério Público adote as medidas cabíveis, e isso também já está protocolado. Como terceira medida, encaminhei à Comissão de Ética Pública da Presidência um pedido de audiência, porque quero apresentar minhas razões, desmontar a farsa dita na revista”, disse o ministro do Esporte.
Curiosamente, as críticas de Silva se concentraram na reportagem da “Veja”, a qual relata suposto esquema de corrupção no qual o político do PCdoB seria o mentor. A outra reportagem veiculada no último fim de semana, do “Fantástico”, da TV Globo, não foi mencionada durante a coletiva de imprensa desta segunda.
Ambas as publicações apontam o ministro como gerente de esquema envolvendo o programa social Segundo Tempo, administrado pela pasta. O projeto é uma das bandeiras do Ministério, mas estaria sendo usado para desviar dinheiro público por meio da contratação de empresas de fachada para fornecimento de materiais esportivos e alimentação.
Em relação a esse assunto, especificamente, Silva explicou que desde 2009 o Ministério do Esporte realiza pregões eletrônicos para adquirir os materiais esportivos, enquanto a alimentação é um serviço contratado por parceiros locais. “Quando percebemos que era um potencial foco de alguma conduta antiética, contratamos um pregão e delegamos a responsabilidade da contratação”, justificou.
Para evitar que novas celeumas surjam, Silva afirmou que a pasta está implementando processo de seleção dos parceiros envolvidos no Segundo Tempo. Segundo números fornecidos por ele, esses tr”mites já iniciaram e receberam 2.129 projetos, sendo 636 selecionados posteriormente para participar da licitação.
“Os projetos já foram selecionados, e nós vamos nos conveniar com 180 parceiros a partir do mês de setembro, quando concluir essa seleção pública”, detalhou o político. “Essa decisão foi fruto de uma reflexão feita há muito tempo. Para 2012, permanecerão apenas 11 convênios existentes neste ano, que não serão renovados”.