A maior competição de vela oceânica do mundo está prestes a desembarcar no Brasil com toda a sua estrutura. Durante pouco menos de um mês, desta sexta-feira até 11 de abril, velejadores, patrocinadores e as embarcações estarão no Rio de Janeiro promovendo a Volvo Ocean Race enquanto fazem a restauração dos seus barcos.
Mais que uma simples parada, no entanto, a chegada da competição à Marina da Glória é uma mostra da força do esporte, especialista em captação de patrocínios de primeiro nível pelo forte apelo com as classes mais abastadas. No Brasil, a responsabilidade de organização e promoção do Rio Stop Over, como é conhecida a estada brasileira da VOR, é da agência Brasil 1.
?A promoção de uma parada de regatas é, fazendo uma analogia, como uma etapa de Fórmula 1. Tem todo um circo que vem até o país, com muitas atividades, todos os estandes?, disse Alan Adler, diretor da empresa e principal responsável pelo projeto, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
A reunião de marcas como Volvo, Puma e Eriksson é incrementada por uma série de atividades para o público em geral. Para obter êxito na ideia de ?experiência única?, a organização prepara jogos, apresentações em vídeo e até uma regata para o público.
Até o dia 11 de abril, os cariocas podem experimentar um simulador no ?Ride?, assistir a um filme em alta definição sobre os bastidores da VOR no ?Dome? e até participar de um corrida de miniaturas na ?The Pool?
?O ganho para a nossa empresa é a organização de um evento como esse, que ocupa o mês inteiro e pode ser muito usado para o relacionamento?, avaliou Adler.
Leia a íntegra da entrevista a seguir:
Máquina do Esporte: O que vai ter de mais interessante no Rio Stop Over?
Alan Adler: Olha, a promoção de uma parada de regatas como essa é, fazendo uma analogia, como uma etapa de Fórmula 1. Durante vinte dias, você tem muitas atividades, com todos os estandes dos patrocinadores. Volvo, Puma e Eriksson, por exemplo, estarão lá, com várias atividades muito ligadas ao conceito da competição.
ME: E que conceito é esse?
AA: Nós teremos, por exemplo, a possibilidade de vermos cenas inéditas dos bastidores da competição em um cinema de alta definição. Você pode fazer mini-regatas com um controle remoto, pode fazer a brincadeira de içar uma vela em um simulador. Enfim, nós teremos muitas atividades de simulação.
ME: Os velejadores e as embarcações também ganham nessa promoção da VOR?
AA: Todos os dias o público vai poder ver todos esses barcos, além de conhecer os velejadores. Isso é o que acontece no dia a dia. Nós ainda teremos duas regatas oficiais que contam para a classificação. Isso vai acontecer na baía de Guanabara, na frente de todo mundo. E aí, por fim, no dia 11 vai ter a largada para Boston. Fora que teremos várias personalidades importantes presentes.
ME: Qual o ganho que a Brasil 1 tem nesse tipo de atividade:
AA: Olha, o ganho para a nossa empresa é o marketing de você dizer que organizou um evento desses. Isso porque ele ocupa o mês inteiro, e a gente usa muito para o marketing de relacionamento. Para a cidade do Rio, por exemplo, é a projeção internacional. Ela é a única cidade da América do Sul que está recebendo a regata
ME: Que tipo de público será atingido por essas ações?
AA: Esse mesmo evento, da última vez em que esteve aqui, há quatro anos, levou 150 mil pessoas à Marina da Glória. Isso porque ainda tem toda uma comunicação nas ruas, e isso gera um valor muito grande para o patrocinador.
ME: Mas mesmo assim, todo o projeto não fica um pouco restrito à classe mais elevadas, como é padrão em eventos de vela?
AA: A vela tem tantos seguidores e patrocinadores porque é um esporte limpo, que não polui e traz ganhos de qualidade de vida. Por isso tem bastantes empresas.
Só tem uma maneira, que é mostrar que é um bom investimento. Quando a gente fez o Brasil 1 na VOR, atingimos um público muito grande de A a D. É um universo muito grande, e dentro disso todo mundo disso estava sabendo, e uma parte acompanhou. A vela é, sim, mais segmentada, mas quando envolve o Brasil, por exemplo, todo mundo torce.