A temporada da liga profissional de basquete dos Estados Unidos (NBA) está seriamente ameaçada. Após mais uma reunião, os atletas decidiram rejeitar a proposta que vinha sendo tratada pela organização do campeonato como um ultimato. Diante da negativa, é cada vez mais provável a hipótese de o ano esportivo do evento ser cancelado.
Na segunda-feira, os representantes dos atletas, da liga e dos proprietários de equipes estiveram reunidos por mais de cinco horas em Nova York. No encontro, que teve astros como Kobe Bryant e Carmelo Anthony, os jogadores ouviram uma proposta de rachar igualmente com o campeonato e os times o faturamento do evento.
Os atletas rechaçaram essa proposta, e ainda acusaram os proprietários de equipes de negociar sem boa fé. Com isso, o imbróglio deve evoluir para uma briga judicial para definir o futuro da NBA.
O locaute da NBA tem como principal razão a divisão das receitas da competição. Após mais de cem dias de infrutíferas negociações, a liga chegou a oferecer aos atletas um percentual de 51% do bolo, dependendo do desempenho comercial.
Os representantes dos jogadores bateram o pé por um mínimo de 52% das receitas. Na semana passada, acabou um prazo estipulado pela NBA, que havia prometido baixar a proposta para 47% do total em caso de insucesso nas conversas.
A discussão sobre o futuro da NBA também tem como mote o contrato geral de trabalho da liga, que rege todas as relações profissionais entre franquias e atletas. Há divergências sobre carga tributária, por exemplo.
A NBA tem uma estimativa de faturamento de US$ 4 bilhões para esta temporada. O contrato de trabalho encerrado neste ano dava aos atletas algo em torno de 57% das receitas do torneio.