O uniforme do Flamengo, atualmente apenas com a marca do BMG nas mangas, está prestes a ganhar um novo logotipo. A Cosan, por meio da Mobil, está próxima de acertar patrocínio de R$ 5 milhões anuais para ocupar a barra da camisa e o calção, segundo o clube. O problema é que essas eram as propriedades que haviam sido cedidas para resolver impasse com a Traffic.
A agência de marketing esportivo, responsável por levar Ronaldinho Gaúcho ao Rio de Janeiro no início de 2011, deixou acordo apalavrado com a cúpula flamenguista, pelo qual teria direito a comercializar a barra da camisa rubro-negra. Agora, caso a negociação com a Mobil seja concluída com sucesso, o imbróglio com a empresa, que há vários meses não paga a parte do salário que lhe cabe do principal nome do time, tende a aumentar.
“A Traffic não ficou com nada e deve sair da operação”, afirma Leonardo Ribeiro, presidente do conselho fiscal, cuja avaliação é necessária em casos de assinaturas de contratos. O dirigente, inclusive, diz que o Flamengo irá usar a verba recebida da Cosan para pagar os débitos com Ronaldinho e levar a agência à Justiça.
Os R$ 5 milhões pagos pela empresa de lubrificantes ao clube, segundo o dirigente, dizem respeito apenas ao aporte pela barra da camisa e pelo calção. Ainda há outros R$ 8 milhões a serem recebidos por meio de acordo judicial, novamente de acordo com Ribeiro. A empresa, por meio da assessoria de imprensa, não confirmou os valores, mas disse que as negociações estão em fase avançada.
O negócio com a Cosan, na verdade, encerra pendenga que já perdura há vários anos. A companhia, com a marca Esso, ocupou um terreno pertencente ao clube carioca na Gávea. Por uso irregular, perdeu ação movida pelo Flamengo na Justiça e teria de pagar R$ 15 milhões, cedo ou tarde. O acordo reduz o montante a ser indenizado, pelo lado da empresa, e acelera o prazo para o recebimento, por parte do time de futebol.