O futebol mundial apresentou um crescimento de receitas com matchday na temporada 2023/2024. O Deloitte Football Money League 2025, estudo da consultora Deloitte, apontou um faturamento recorde proveniente dos dias de jogo entre os principais clubes do mundo.

O relatório, que destaca os clubes com maior geração de receita do futebol mundial, indicou que o faturamento dos dias de jogo cresceu 11% em comparação com a temporada anterior, tornando-se o fluxo de receita de crescimento mais rápido para as equipes consideradas.

A receita de matchday dos 30 clubes que mais faturaram na temporada 2023/2024 ultrapassou € 2,1 bilhões pela primeira vez na história do Deloitte Football Money League, que em 2025 chegou à 28ª edição.

O estudo aponta que o resultado é consequência do aumento na capacidade dos estádios dos clubes, preço médio dos ingressos e ofertas premium de dias de jogo. Com isso, o segmento foi responsável por 18% da receita total gerada pelos clubes considerados na temporada 2023/2024, a maior fatia desde 2014/2015 (19%).

O crescimento também pode ser visto como um reflexo da pandemia de Covid-19, que terminou oficialmente em 2023. O período distante dos estádios teve efeito contrário após a liberação do público, servindo como um incentivador para os torcedores acompanharem seus clubes ao vivo.

O Real Madrid, que se tornou o primeiro clube de futebol a ultrapassar € 1 bilhão em receitas em uma temporada, teve seu sucesso financeiro alimentado pela evolução das receitas dos dias de jogo.

A partir de dezembro de 2023, o clube espanhol voltou a jogar no Santiago Bernabéu, que passou por reformas e teve sua capacidade aumentada para mais de 84 mil espectadores. O movimento possibilitou aumentos significativos nas receitas de dias de jogo em comparação com a temporada anterior.

Receitas

Os clubes da Money League, que são os 30 com as maiores receitas na temporada, geraram, juntos, um faturamento recorde de € 11,2 bilhões. O número representa 6% em relação a 2022/2023.

Em média, os clubes da Money League geraram € 560 milhões em receitas. O faturamento comercial foi responsável por 44% (€ 244 milhões), enquanto a negociação de transmissões levantou 38% (€ 213 milhões). Os valores se somam com os números dos dias de jogo.

Os clubes classificados entre os 10 primeiros têm a receita comercial como fonte principal, o equivalente a 48% do total. Por outro lado, as equipes que estão entre a 11ª e a 20ª posição no ranking contam, em média, com 47% do faturamento proveniente dos direitos de transmissão. Ambos os grupos têm 18% das receitas geradas a partir do matchday.

O único brasileiro da lista é o Flamengo, que aparece na 30ª colocação. O time rubro-negro atingiu uma receita de € 198,2 milhões, o equivalente a mais de R$ 1,2 bilhão.

Comercial

As receitas comerciais se mantiveram como a maior fonte dos clubes da Money League pelo segundo ano consecutivo, com um aumento de 10% em relação à temporada anterior.

O crescimento foi impulsionado pelo aumento na hospedagem de eventos ao vivo, melhor desempenho do varejo e um aumento nas receitas de patrocínio.

Diversos clubes sediaram grandes eventos esportivos em seus estádios. Os clubes da França contaram com a Copa do Mundo de Rugby, por exemplo, enquanto as equipes da Alemanha receberam a Euro 2024.

A tendência fez com que metade dos clubes da Money League iniciassem movimentações para reformas de seus estádios em 2025. Barcelona e Manchester City estão reformando suas casas, enquanto o Manchester United avalia alternativas para reconstruir o Old Trafford.

As reformas também têm o potencial de impactar as receitas dos dias de jogo, já que, assim como ocorreu com o Real Madrid, os novos estádios devem comportar mais torcedores e oferecer serviços de maior valor.

Oito clubes da Money League observaram melhor desempenho no varejo, o que destaca a importância do valor de marca como impulsionador de receitas.

Transmissão

As receitas de transmissão, por outro lado, seguiram em € 4,3 bilhões no acumulado dos clubes considerados. A inércia se deu principalmente pelo fato de que as principais ligas do mundo seguem no mesmo ciclo de direitos que estavam na temporada anterior e, portanto, os contratos seguem os mesmos. Neste cenário, a estabilidade deve seguir até pelo menos 2027.