Diante da jogada do Atlético-MG para garantir 45% da receita do novo estádio Independência, de posse do América-MG e reformado pelo Estado de Minas Gerais, o Cruzeiro ficou para trás. O rival alvinegro firmou parceria com a BWA, vencedora da licitação feita pelo governo e nova responsável por operar a arena, e agora a equipe celeste tenta correr atrás do prejuízo e conseguir se juntar à empresa.
Quem está responsável pela negociação é Gilvan Tavares, presidente cruzeirense, que se reuniu com executivos da companhia na última terça-feira (13), acompanhado por Róbson Pires, diretor comercial; Marcone Barbosa, diretor de marketing; e Valdir Barbosa, gerente de futebol. Mas as conversas ainda estão em fase preliminar, segundo apurou a Máquina do Esporte, e não há indício de que serão positivas.
Um dos problemas a ser enfrentado pelo Cruzeiro é que não há mais parcelas da renda obtida com a operação do Independência disponíveis. Enquanto o América-MG e o governo de Minas Gerais ficaram com 5% do bolo cada um, a BWA recebeu os últimos 90%, dos quais decidiu repartir meio a meio com o Atlético-MG, agora dono de 45% de todas as receitas geradas pela arena, a principal de Belo Horizonte, em função do fechamento do Mineirão para obras.
De qualquer modo, ainda não é certo que o modelo atual será de fato adotado. Após a estratégia do Atlético-MG para abocanhar uma das maiores partes da renda ser tornada pública, a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), entidade mineira responsável por temas ligados à Copa de 2014, soltou comunicado avisando que a vitória da BWA poderia ser anulada caso alguma regra imposta pelo edital de licitação tenha sido ferida.
Mas também existe a possibilidade de que Alexandre Kalil, presidente atleticano, seja bem sucedido. No documento feito pelo governo mineiro, proibiu-se que dirigentes de entidades desportivas estivessem ligados à sociedade formada por BWA e Ingresso Fácil durante o período licitatório, mas não havia regras que coibissem acordos com esses mesmo dirigentes uma vez encerrada a concorrência. No contrato entre BWA e Atlético-MG, por outro lado, a primeira segue como “sócia ostensiva” e, portanto, soberana.
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