Mesmo após mais de um ano à frente do Fluminense, a gestão de Peter Siemsen ainda tem de enfrentar rastros deixados pela presidência anterior, de Roberto Horcades. Dessa vez, a briga é com Humberto Palma, dono da CHP Sports, responsável pelas finanças do antecessor, que ganhou o primeiro round na Justiça do Rio de Janeiro.
A um mês antes de terminar a gestão de Horcades, quando já estava definido que Siemsen iria assumir o clube no fim de dezembro, o contrato com Palma foi renovado por mais três anos. O novo presidente, então, decidiu demiti-lo, e como ele era representado por pessoa jurídica havia a necessidade da rescisão do contrato existente.
Hoje, Palma cobra do Fluminense todas as mensalidades que deveriam ter sido pagas, mais o valor referente ao rompimento da parceria, algo que deve resultar em torno de R$ 350 mil. A atual gestão, após saber que o embate judicial havia se tornado público, admitiu o golpe e afirmou por meio de nota no site oficial que deverá entrar com recurso. Mas não sem atacar a antiga parceira.
“O Fluminense esclarece que a rescisão se deu em razão dos indícios de prejuízos causados pela atuação do representante da referida empresa junto ao clube”, consta na nota. “Dentre os prejuízos causados ao clube estão diversos descumprimentos de acordos de natureza trabalhista e cível que imputaram o pagamento de multas entre 10% e 70% dos valores devidos; o não cumprimento dos compromissos da Timemania; a perda do Ato Trabalhista; e, finalmente, a execução de um contrato que cedia grande parte dos ativos de marketing, com exclusividade, por dez anos”.
De acordo com o comunicado, Siemsen encontrou dívida de aproximadamente R$ 380 milhões quando assumiu a presidência, nos últimos dias de dezembro de 2010. Essa, segundo ele, é a razão para “mudanças imediatas”. As condições da assinatura do contrato, no último mês da gestão de Horcades, também estão sendo analisadas por auditoria interna para que sejam incluídas na ação.