A exposição de logomarcas nos uniformes de árbitro, expediente que tem se tornado recorrente no Brasil nos últimos anos, virou alvo de polêmica em Minas Gerais. O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) propôs nesta semana Ação Civil Pública (ACP) contra a Federação Mineira de Futebol (FMF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e o uso desse tipo de propriedade é um dos focos.
A ação questiona o abalo de credibilidade causado por patrocínios nos uniformes de árbitros. Entre 2010 e 2011, por exemplo, as camisas dos juízes e auxiliares no futebol mineiro tiveram a marca do banco BMG, que também patrocinava equipes do Estado.
“É possível afirmar que o patrocínio nos uniformes da arbitragem fragiliza a confiabilidade no profissional que apita um jogo de futebol, colocando, por conseguinte, a imparcialidade e a independência da arbitragem em risco. Isso ofende claramente a previsão legal contida no artigo 30 do Estatuto do Torcedor”, disse o promotor de Justiça Edson Antenor Lima Paula, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.
A ACP do MPMG pede que sejam vetados patrocínios em uniformes de árbitros ou que seja proibida ao menos a associação dessa classe a empresas que invistam em clubes da mesma modalidade.
Além disso, a ACP pede mudanças na logística dos sorteios de árbitros para jogos de futebol de Minas Gerais. Hoje em dia, apenas dois juízes são colocados como opção em cada partida.