O CEO da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) seguirá no cargo apenas até junho. O italiano Massimo Calvelli, que ocupa a função desde janeiro de 2020, deixará a entidade para se juntar à empresa norte-americana de investimentos RedBird como sócio operacional, de acordo com a Bloomberg.
“Foi um privilégio servir como CEO da ATP nos últimos cinco anos. Estou orgulhoso do progresso que fizemos juntos e profundamente grato à equipe com a qual trabalhei. Com novas oportunidades pela frente, sairei com um sentimento de orgulho e desejo a todos na ATP sucesso contínuo na jornada que está por vir”, afirmou.
A saída iminente de Calvelli ocorrerá em um momento em que o tênis passa por uma grande turbulência fora das quadras. O anúncio vem logo depois que a Associação de Jogadores de Tênis Profissionais (PTPA), liderada pelo sérvio Novak Djokovic, para muitos o maior tenista da história, com mais Grand Slams vencidos e mais semanas no topo do ranking mundial, iniciou uma ação legal contra os órgãos dirigentes do tênis, acusando a ATP, a Associação de Tênis Feminino (WTA), a Federação Internacional de Tênis (ITF) e a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) de “abuso sistêmico, práticas anticompetitivas e flagrante desrespeito ao bem-estar dos jogadores”.
Uma queixa de 163 páginas apresentada no tribunal distrital dos EUA para o distrito sul de Nova York também descreveu os administradores do esporte como um “cartel” que conspirou para capturar prêmios em dinheiro e impedir que competidores entrassem no mercado.
“Rejeitamos veementemente a premissa das alegações da PTPA. Acreditamos que o caso é totalmente sem mérito e defenderemos vigorosamente nossa posição”, afirmou a ATP, em resposta.
ATP e WTA tentam se unir…
Há cerca de 20 dias, ATP e WTA deram um passo decisivo para concretizar o projeto de fusão das duas entidades, que vem sendo especulado pela mídia desde o ano passado. As duas organizações apresentaram um plano comercial agregado, que envolve os quatro Grand Slams (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open).
Segundo informações do site The Athletic, o documento de 23 páginas, apresentado pelo presidente da ATP, Andrea Gaudenzi (que acumulará a função de CEO até que um substituto seja encontrado para o lugar de Massimo Calvelli), e seu colega na WTA, Steve Simon, concentrou-se em áreas do esporte que precisam de reforma.
Entre os principais pontos abordados pelo relatório está a estrutura fragmentada do tênis, que, segundo os autores do estudo, enfraquece a capacidade de venda de direitos de mídia e patrocínios, além de resultar em uma temporada muito longa e díspar, com a infraestrutura atual do esporte não suportando financeiramente jogadores suficientes.
A nova estrutura proposta no plano reuniria ATP, WTA, Grand Slams e proprietários de outros torneios importantes de tênis, com o grupo aliando seus recursos, incluindo direitos de mídia e receitas de patrocínio, para financiar o empreendimento.
… mas já vieram respostas contrárias
A proposta, no entanto, já teria sido recebida de forma negativa pelos organizadores de Wimbledon e do US Open, dizendo que o plano “não aborda adequadamente as questões essenciais que levantamos repetidamente”.
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Os próprios Grand Slams estão sob crescente pressão para aumentar o prêmio em dinheiro dos principais jogadores do mundo, que na semana passada enviaram uma carta aos organizadores dos quatro torneios solicitando uma reunião para discutir o recebimento de uma parcela maior da receita gerada pelos eventos.
Em um comunicado em que confirmou a saída de Calvelli em junho, a ATP destacou o aumento na remuneração dos jogadores nos últimos anos, com o prêmio em dinheiro crescendo mais de US$ 100 milhões desde 2019, quando o mundo ainda não havia passado pela pandemia de Covid-19.