O momento econômico complicado vivido pela Grécia teve nesta semana uma profunda repercussão no esporte. A federação grega de atletismo resolveu interromper atividades em função da crise que assola o país.
A greve da entidade é na verdade um protesto em função dos cortes no financiamento público ao esporte grego. Trata-se do primeiro movimento oficial de uma instituição esportiva contra essa situação.
Em comunicado oficial, a federação disse que a interrupção de todas as atividades vai durar até que os cortes sejam revistos. Ainda não existe nenhuma previsão para que esse assunto seja discutido pelo governo grego.
A crise vivida pela Grécia é reflexo de anos de política externa deficitária. A situação se agravou depois que o país entrou na zona do euro, e isso praticamente dobrou os gastos públicos.
A Grécia também tinha um índice altíssimo de evasão fiscal, e isso causou um colapso no país quando explodiu a crise financeira internacional de 2008. Atenas chegou a receber 110 bilhões de euros em pacotes de resgate financeiro em 2010, e o país captou outros 109 bilhões de euros no ano seguinte.
Tudo isso deteriorou ainda mais a situação da Grécia, que recebeu novo resgate econômico de 130 bilhões de euros neste ano e ainda reduziu em cem bilhões de euros as dívidas com bancos privados.
Os recursos foram condicionados a uma série de medidas de austeridade fiscal e econômica, e isso fez a Grécia promover cortes internos. Segundo a federação de atletismo, dois milhões de euros foram retirados do orçamento da entidade no ano passado.
A federação de atletismo tem dívidas salariais de quase dez meses com funcionários, fornecedores e treinadores.