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Liderança de Brasileirão fora da Europa “põe” Fluminense em semifinal da Copa do Mundo de Clubes

Ferramenta de medição das principais ligas do mundo, do Twenty First Group, mostra Brasileirão como competitivo

Thiago Santos, do Fluminense, conduz a bola, na vitória sobre o Al-Hilal pela Copa do Mundo de Clubes - Marcelo Gonçalves / Fluminense

Thiago Santos, do Fluminense, conduz a bola, na vitória sobre o Al-Hilal pela Copa do Mundo de Clubes - Marcelo Gonçalves / Fluminense

A presença do Fluminense, representando o futebol brasileiro na semifinal da Copa do Mundo de Clubes da Fifa reflete um levantamento, feito pelo Twenty First Group sobre as principais ligas nacionais de futebol do planeta.

O estudo, realizado pela empresa  de inteligência esportiva que assessora clubes, ligas e investidores, coloca o Campeonato Brasileiro como o melhor torneio nacional de futebol fora da Europa.

O Brasileirão fica atrás apenas do chamado Big Five do Velho Continente: Premier League (Inglaterra), LaLiga (Espanha), Bundesliga (Alemanha), Série A (Itália) e Ligue 1 França).

“Atualmente, classificamos a Série A do Brasil como a sexta melhor liga [nacional] do mundo. Então, esperávamos que os quatro times brasileiros fossem competitivos antes do torneio”, afirmou Aurel Nazmiu, cientista de dados sênior do Twenty First Group, em entrevista ao site The Athletic.

Desigualdade

Pensando particularmente apenas os países que contaram com ao menos um time nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, o Brasil mantém a 6ª colocação, ficando à frente da Primeira Liga, de Portugal (Benfica), em 7º, MLS, representada pelo Inter Miami (8º) e Saudi Pro League, que levou o Al-Hilal para a segunda fase (9º).  

Curiosamente, entre essas nove ligas representadas nos mata-matas do Mundial da Fifa, o Brasileirão também se destaca pela competitividade. De acordo com o estudo, Palmeiras e Flamengo, vistos como os clubes mais fortes do Brasil, não estão tão distantes do Juventude, equipe com a classificação mais baixa nos critérios do levantamento do Twenty First Group.

Segundo a empresa, o “desvio padrão”, que analisa a variação de um conjunto de números, estabelece que a liga mais competitiva é a MLS, dos EUA, que possui desvio padrão de 51,8. Nesse quesito, quanto menor o número, menos desigual é a liga.

Uma das razões para isso é o estabelecimento do sistema de teto salarial na liga norte-americana, que impede a formação de superequipes. O Brasileirão, por sua vez, obteve índice 62,5.

O Brasileirão notavelmente está à frente das ligas europeias. Bundesliga (83,8), LaLiga (90,5), Premier League (94), Série A da Itália (95,7), Ligue 1 (100,9) e Primeira Liga de Portugal (105,7) estão notavelmente acima do campeonato nacional.

O mais desigual, porém, é o Sauditão, com índice 110,6. A razão para isso é a desigualdade entre o Al-Hilal e os demais três clubes controlados pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) e as demais equipes do torneio.

“Embora classifiquemos a Saudi Pro League como a 50ª melhor liga do mundo, o Al-Hilal está significativamente melhor do que o restante da liga no momento. O time ocupa a 132ª posição no ranking mundial em nossos modelos”, diz Nazmiu.

Desafios

Entre as 50 principais ligas nacionais do planeta, o Sauditão é classificado como o quinto torneio mais desigual.

O Brasileirão, por sua vez, que ainda nem conseguiu formar uma liga nacional de clubes, tem grande potencial de subir posições caso supere esse desafio.

Mesmo uma liga consolidada, como a Ligue 1, da França, enfrenta seus problemas, como a desigualdade do PSG em relação a seus concorrentes nacionais ou a discussão sobre o novo contrato de TV.

Na média, os 20 clubes da elite brasileira têm média de 601 pontos, segundo os critérios do levantamento. A Ligue 1 possui média de 667,6. O PSG lidera seu torneio nacional, com 913 pontos. O líder no Brasileirão possui índice 728, que também é inferior ao líder do Campeonato Português, que soma 794.