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Le Coq Sportif deixa recuperação judicial e novo dono planeja investir € 70 milhões

Investidor franco-suíço Dan Mamane quer tornar empresa sustentável e atingir marca de a € 300 milhões em vendas até 2030

Vestimenta de rugby da Le Coq Sportif - Reprodução / Instagram @lecoqsportif

Vestimenta de rugby da Le Coq Sportif - Reprodução / Instagram @lecoqsportif

A Le Coq Sportif (O Galo Esportivo, em tradução livre), empresa francesa de material esportivo, deixou a recuperação judicial, que havia entrado em novembro de 2024, e Dan Mamane, seu novo dono, planeja realizar um investimento de € 70 milhões na revitalização da marca.

O Tribunal Comercial de Paris decidiu a favor da proposta apresentada pelo investidor franco suíço, que superou a concorrência de um consórcio apoiado pelo bilionário francês Xavier Niel e pelo judoca Teddy Riner, dono de sete medalhas olímpicas, sendo cinco de ouro.

O grupo de Mamane teria se comprometido a investir inicialmente € 70 milhões na Le Coq Sportif. Alexandre Fauvet, ex-vice-presidente da Lacoste, que anteriormente atuou como diretor executivo da Fusalp (marca de roupas de esqui), assumirá o mesmo cargo na Le Coq Sportif.

Trajetória

Mamane era dono da varejista de móveis suíça Conforama, adquirida do grupo sul-africano Steinhoff em 2020. Ele promoveu um plano de recuperação que envolveu a venda dos ativos imobiliários da empresa, aumentando os fluxos de caixa e investindo na digitalização da empresa. Três anos depois da aquisição, Mamane vendeu a Conforama para a XXXLutz, varejista de móveis austríaca.

A proposta de Mamane foi vista como a mais vantajosa para a Le Coq Sportif. No entanto, não se livrou de críticas do consórcio de Niel, que teria reclamado que a oferta rival teria sido favorecida por curadores que se opunham a ele.

Os advogados do grupo de Niel teriam pedido que todo o processo de vendas começasse do zero, embora esse pedido nunca tenha sido atendido.

História

Fundada em 1882, a Le Coq Sportif era de propriedade da empresa de capital privado suíça Airesis e alguns de seus principais ativos recentes foram o fornecimento de kits para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024, bem como uma parceria com a Federação Francesa de Rugby (FFR).

No entanto, a marca enfrentou dificuldades financeiras e operacionais, que fizeram com que ela tivesse dificuldade para entregar os uniformes na última edição dos Jogos de Verão.

Por conta disso, teve que tomar um empréstimo de € 2,9 milhões do Comitê Organizador de Paris 2024 para ajudar a fornecer roupas para a delegação francesa competir.

A FFR, por sua vez, também levou a Le Coq Sportif ao tribunal por causa de um calote de € 5,3 milhões. A federação de rugby agora tem contrato com a Adidas.

Recuperação judicial

No primeiro semestre do ano fiscal de 2024, a Le Coq Sportif registrou prejuízo líquido de € 18,2 milhões. No ano anterior, o revés havia sido ainda maior: € 28,3 milhões.

A Airesis, antiga dona da marca, atribuiu parte dos prejuízos da Le Coq Sportif em 2023 a um reposicionamento no setor de calçados.

A empresa entrou em recuperação judicial em novembro, com o Tribunal Comercial de Paris concedendo um período de observação de seis meses para que a empresa encontrasse soluções de financiamento.

Na ocasião, a Airesis afirmou que aproveitaria a oportunidade para iniciar negociações com novos investidores e parceiros para estabilizar as finanças.

Retomada

Em comunicado, o consórcio de Mamane planeja que a Le Coq Sportif “alcance vendas de € 300 milhões em 2030” e retorne à “lucratividade sustentada”.

Os novos proprietários também pretendem desenvolver os produtos da Le Coq Sportif, concentrando-se em quatro verticais principais: moda esportiva, linha retrô, estilo de vida e desempenho. Internacionalmente, a ambição é triplicar as vendas da empresa fora da França até 2027.