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Dirigentes se reúnem na CBF e já têm data para apresentar Fair Play Financeiro

Grupo de Trabalho fez primeira reunião com a participação de 30 clubes e divulgará projeto no dia 26 de novembro

Samir Xaud, presidente da CBF, discursa durante reunião sobre Fair Play Financeiro - Divulgação

Samir Xaud, presidente da CBF, discursa durante reunião sobre Fair Play Financeiro - Divulgação

O Grupo de Trabalho que discutirá a formatação de regras para o Fair Play Financeiro (FPF) para o futebol brasileiro realizou sua primeira reunião na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro (RJ).

Durante o encontro foi estabelecida uma data para que o projeto seja divulgado ao público: 26 de novembro, durante o CBF Summit, que está marcado para São Paulo (SP).

A reunião desta segunda-feira (11) teve a participação de 30 clubes, entre representantes das Séries A e B, além de dez federações estaduais.

Entre os representantes dos clubes que marcaram presença no Rio de Janeiro estiveram Leila Pereira, presidente do Palmeiras; Marcos Motta, um dos vices do Flamengo; Rozalaah Santoro, colaborador do Departamento Financeiro do Corinthians; Carlos Amodeo, CEO do Vasco; Fábio Mota, presidente do Vitória; e Marcelo Paz, CEO do Fortaleza. O Ministério do Esporte mandou como representante Patrick Corrêa, secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor.

“Eu tenho certeza de que aqueles que torcem pelo futebol brasileiro, querem o melhor para os clubes, estão de acordo com a implementação do Fair Play Financeiro, que é fundamental para o futuro do nosso futebol”, afirmou Leila Pereira, em entrevista à Rádio Itatiaia, antes do encontro.

A dirigente também comentou o processo de transformação de vários clubes em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), como forma de serem melhor geridos e retomarem a capacidade de conquistar títulos, como aconteceu com o Botafogo, campeão do Brasileirão e da Libertadores na temporada passada.

“Eu acho que o futuro do futebol brasileiro são os clubes se transformarem em SAFs. Mas eu não proporia no meu mandato [transformar o Palmeiras em SAF]. Porque tenho certeza de que iriam dizer que eu iria querer adquirir o Palmeiras. Não quero”, ressaltou a dirigente.

“Gostaria muito de terminar meu mandato, daqui a dois anos e meio, de uma forma muito responsável e, se Deus quiser, com muitos títulos”, acrescentou.

Palestras

O encontro contou com uma apresentação de Sefton Perry, chefe de análise do Centro de Desenvolvimento da Uefa. O dirigente inglês discorreu sobre os diversos modelos de Fair Play Financeiro seguidos na Europa, como as regras da própria Uefa e das principais ligas nacionais, como Premier League (Inglaterra), LaLiga (Espanha), Bundesliga (Alemanha) e Ligue 1 (França).

“O convidado da Uefa mostrou como funciona em vários países, o histórico de como se formou o Fair Play Financeiro, de que atualizações são feitas de forma constante, sempre para evoluir”, destacou Marcelo Paz, do Fortaleza.

“Que, a partir de hoje, surja um esboço, um caminho, para quem sabe para o ano que vem o Fair Play Financeiro já comece a ser implementado para melhorar o ambiente de negócio e do futebol como um todo”, acrescentou o dirigente.

Também houve palestras de Pedro Daniel, diretor-executivo de esporte e entretenimento da EY Brasil, e Cesar Grafietti, especialista em finanças dos clubes, contextualizando a situação dos times no país. Em seguida, aconteceram discussões entre os dirigentes sobre que modelo deve ser seguido no Brasil.

Segundo um dos participantes do encontro, ouvido pela Máquina do Esporte, é necessário pensar, neste primeiro momento, em algum projeto particular que possa ser seguido no futebol brasileiro, mesmo que com regras mínimas, adaptando modelos do exterior à realidade nacional. Na reunião, foi consenso entre os dirigentes que punições mais rígidas contra times endividados terão dificuldade de serem aprovadas.