A família Pinault, por meio da holding Artémis, iniciou conversas com potenciais compradores da Puma, após a marca esportiva alemã perder cerca de metade de seu valor de mercado nos últimos 12 meses. A Artémis detém 29% da empresa de material esportivo, listada na Bolsa de Frankfurt.
Segundo fontes próximas às negociações, foram sondadas as chinesas Anta Sports, dona da Fila, e Li Ning, além de outras companhias do setor nos EUA e fundos soberanos do Oriente Médio. As conversas, por ora, são privadas e não há garantia de que uma transação será concretizada.
Queda
Na última terça-feira (19), as ações da Puma caíram 3,2% em Frankfurt, reduzindo parte do ganho de 16% registrado no dia anterior, após a divulgação de relatório da agência Bloomberg, que deu à empresa um valor de mercado de cerca de US$ 3,6 bilhões.
A marca enfrenta dificuldades para acompanhar tendências do setor, embora concorrentes como Nike e Adidas também tenham enfrentado problemas conjunturais no último semestre, mas partindo de um faturamento significativamente maior.
A Puma demorou, por exemplo, a relançar modelos retrô, como o Palermo, em resposta ao sucesso do Samba, da Adidas.
Mudanças
A empresa vem passando por uma reestruturação administrativa sob a liderança do novo CEO, Arthur Hoeld.
Recentemente, Andreas Hubert, ex-executivo da Adidas, foi nomeado diretor de operações. Hubert atuou por 20 anos na concorrente, sendo diretor de informação nos últimos quatro.
Apesar dos esforços, a Puma viu suas ações caírem 50% nos últimos 12 meses. Há ainda preocupações com a cadeia de suprimentos, que deve ser afetada pelos tarifaços do presidente dos EUA, Donald Trump.
Fundada em 1948, a Puma registrou € 281,6 milhões em lucro líquido no último ano, com vendas de € 8,8 bilhões.
A empresa conta com cerca de 22 mil funcionários em todo o mundo e mantém patrocínios importantes no mundo da bola, sendo fornecedora de times como Manchester City, Milan, Borussia Dortmund e Olympique de Marselha, na Europa, além de Palmeiras, Bahia e Red Bull Bragantino, no Brasil.
Ásia
A Anta Sports, dona da Jack Wolfskin e operadora na China de marcas como Fila, Kolon Sport e Descente, seria uma das interessadas em comprar participação na Puma.
Em 2019, a Anta participou de um consórcio que adquiriu a finlandesa Amer Sports Oyj, fabricante das raquetes Wilson e dos tacos de beisebol Louisville Slugger, por € 4,6 bilhões.
Outra empresa na disputa é a Li Ning, fundada em 1990 pelo ex-ginasta chinês homônimo, que atua com calçados, roupas e acessórios esportivos.
A empresa possui a Kason (badminton) e detém em solo chinês os direitos comerciais de marcas como Double Happiness (tênis de mesa) e Aigle (esportes ao ar livre).
Procurados pela agência Bloomberg, representantes de Artémis, Anta e Li Ning não comentaram o assunto. A Puma também não se manifestou.