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ATP nomeia novo CEO em meio a disputas regulatórias e pressão por premiações maiores

Executivo terá como missão liderar o plano OneVision e responder a demandas crescentes de jogadores e torneios

Eno Polo, novo CEO da ATP - Divulgação

Eno Polo é o novo CEO da ATP - Divulgação

A Associação de Tenistas Profissionais (ATP) anunciou a nomeação de Eno Polo como novo CEO da entidade. A decisão tem efeito imediato e marca a saída de Massimo Calvelli, que deixou o cargo em junho para se juntar à RedBird Capital Partners, após mais de cinco anos à frente da organização que comanda o tênis masculino mundial.

“O tênis está em um momento transformador como esporte e negócio global. A oportunidade que temos pela frente é imensa”, destacou o novo CEO.

Polo atuou como CEO da Premier Padel até abril de 2024 e representava os jogadores no Conselho de Diretores da ATP desde 2021. Ex-tenista profissional, também passou por Nike, Juventus, Havaianas, Global Brands Group e LeDap.

“Tendo tido o privilégio de trabalhar em estreita colaboração com jogadores e torneios, conheço o poder da colaboração. É uma honra assumir esta função como CEO da ATP e ajudar a liderar a organização em sua próxima fase de crescimento”, afirmou o executivo.

Gestão

O novo CEO será responsável por supervisionar as operações globais da ATP e liderar a implementação do plano OneVision, que tem como foco ampliar oportunidades comerciais e melhorar a experiência dos fãs no circuito masculino.

“Eno é um líder dinâmico e talentoso que entende tanto o cenário comercial quanto as complexidades do tênis profissional”, disse Andrea Gaudenzi, presidente da ATP.

“Sua gestão no Conselho da ATP lhe proporcionou uma visão direta dos desafios e oportunidades do esporte. Temos o prazer de receber Eno como CEO, à medida que continuamos a impulsionar o esporte por meio da nossa estratégia OneVision”, completou.

Contexto

A mudança ocorre em meio a tensões entre os principais órgãos reguladores do tênis. Em abril, a Associação de Jogadores Profissionais de Tênis (PTPA, na sigla em inglês), liderada pelo sérvio Novak Djokovic, entrou com uma ação judicial contra ATP, WTA (associação feminina), ITF (Federação Internacional de Tênis) e Itia (agência de integridade da modalidade), acusando-as de abuso sistêmico, práticas anticompetitivas e desrespeito ao bem-estar dos atletas.

A queixa, apresentada no tribunal distrital dos EUA para o distrito sul de Nova York, descreve os administradores como um “cartel” que teria conspirado para limitar prêmios em dinheiro e restringir a entrada de competidores no mercado.

A ATP negou as acusações e afirmou que a associação dos atletas tem promovido divisão e desinformação desde sua fundação, em 2020.

Pouco depois, a ATP e a WTA apresentaram um plano conjunto aos quatro Grand Slams (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open), propondo uma estrutura corporativa unificada.

A proposta, segundo o site The Athletic, foi rejeitada pelos organizadores de Wimbledon e do US Open, que alegaram que o documento não abordava questões essenciais.

Premiação

A pressão pelo aumento na premiação em dinheiro tem crescido. Em abril, jogadores enviaram uma carta aos quatro principais torneios pedindo maior participação na receita.

O US Open, último Grand Slam do calendário, distribuiu US$ 90 milhões em premiação neste ano, valor considerado recorde.

A ATP, por sua vez, pagou US$ 261 milhões em remuneração aos atletas em 2024 e anunciou recentemente a distribuição de US$ 18,3 milhões adicionais referentes à participação nos lucros da temporada passada.