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Manchester United tem prejuízo de US$ 45 milhões em pior temporada na Premier League

Clube encerra 6º ano seguido de perdas e projeta queda de receita após ficar fora de competições europeias

Old Trafford, a casa do Manchester United - Foto Samuel Regan/ Divugação

Old Trafford, a casa do Manchester United - Samuel Regan / Divugação

O Manchester United divulgou receita recorde de £ 666,5 milhões (US$ 906 milhões) no ano fiscal encerrado em 30 de junho de 2025, mesmo após terminar a temporada da Premier League em um modesto 15º lugar, sua pior colocação desde a criação da liga, em 1992.

O resultado representa um crescimento de 0,7% em relação ao recorde anterior, mas veio acompanhado de um prejuízo líquido de £ 33 milhões (US$ 45 milhões). Foi o sexto ano consecutivo de perdas.

Desde 2020, o clube acumula prejuízo de £ 406 milhões (US$ 552 milhões), incluindo os impactos econômicos sofridos durante o período da pandemia da covid-19.

Projeção

Para o exercício 2025/2026, o Manchester United projeta receita entre £ 640 milhões e £ 660 milhões, abaixo do resultado atual. A estimativa considera aumento nas receitas de varejo e premiação da Premier League, mas também é impactada pela ausência do clube nas competições europeias.

O United perdeu a final da Liga Europa para o Tottenham e, pela segunda vez em 35 anos, não disputará Champions League, Europa League ou Conference League.

A não classificação representa perda potencial superior a US$ 100 milhões em prêmios e outras arrecadações relacionadas às competições da Uefa.

A receita dos dias de jogo também será impactada por menor número de partidas em casa. Não bastasse isso, o contrato com a Adidas sofreu redução de £ 10 milhões (US$ 13,6 milhões) em relação ao valor anual de £ 90 milhões (US$ 122 milhões).

Receitas

A receita comercial foi responsável por 50% do faturamento total, somando US$ 453 milhões. Houve alta de 10% em relação à temporada anterior.

O crescimento foi impulsionado pelo aumento de 16% no varejo, atribuído ao novo modelo de e-commerce, implantado pelo United e por alta de 6% nos patrocínios. A temporada marcou o início da parceria com a Qualcomm, por meio da marca Snapdragon.

Por outro lado, a receita com direitos de transmissão caiu 22%, totalizando US$ 235 milhões, reflexo do mau desempenho esportivo e da menor atratividade da Europa League em comparação à Champions. A receita com jogos aumentou 17%, para US$ 218 milhões, com cinco partidas adicionais em casa.

Estrutura

Em fevereiro, o clube anunciou demissão de 150 a 200 funcionários, além dos 250 desligados no ano anterior. Em março, revelou planos para construir um novo estádio com capacidade para 100 mil pessoas, substituindo o Old Trafford. Também investiu US$ 68 milhões no centro de treinamento em Carrington.

Jim Ratcliffe, que adquiriu 25% do clube por US$ 1,3 bilhão e lidera as operações esportivas, enfrenta desafios desde a sua chegada.

A Ineos, empresa que fundou, teve sua nota de crédito rebaixada pela Moody’s de B1 para Ba3, com perspectiva negativa.

Avaliação

O Manchester United venceu apenas um dos quatro primeiros jogos da temporada 2025/2026 e ocupa a 14ª posição na Premier League. No mês passado, foi eliminado da Copa da Liga Inglesa pelo Grimsby Town, time da quarta divisão.

Apesar dos resultados temerários em campo, o clube inglês ficou em segundo lugar no ranking anual do site do Sportico, especializado em negócios do esporte,  sobre os times de futebol mais valiosos do mundo.

O clube foi avaliado em US$ 6,09 bilhões, ficando atrás apenas do Real Madrid. Apesar disso, o valor representa queda de 2% em relação ao ano anterior.

As ações do Manchester United na Bolsa de Nova York têm ficado estáveis nos últimos 12 meses. Na última terça-feira (16), fecharam em US$ 16,41, com valor empresarial estimado em US$ 3,7 bilhões.