O Manchester United divulgou uma receita recorde de £ 666,5 milhões (US$ 906 milhões) no ano fiscal encerrado em 30 de junho de 2025, mesmo após terminar a temporada da Premier League em um modesto 15º lugar, sua pior colocação desde a criação da liga, em 1992.
O resultado representa um crescimento de 0,7% em relação ao recorde anterior, mas veio acompanhado de um prejuízo líquido de £ 33 milhões (US$ 45 milhões). Foi o sexto ano consecutivo de perdas.
Desde 2020, o clube acumula prejuízo de £ 406 milhões (US$ 552 milhões), incluindo os impactos econômicos sofridos durante o período da pandemia de Covid-19.
Projeção
Para o exercício 2025/2026, o Manchester United projeta receita entre £ 640 milhões e £ 660 milhões, abaixo do resultado atual. A estimativa considera um aumento nas receitas de varejo e premiação da Premier League, mas também é impactada pela ausência do clube nas competições europeias.
O United perdeu a final da Europa League para o Tottenham na temporada passada e, pela segunda vez em 35 anos, não disputará Champions League, Europa League ou Conference League.
A não classificação representa uma perda potencial superior a US$ 100 milhões em prêmios e outras arrecadações relacionadas às competições da Uefa.
A receita dos dias de jogo também será impactada por um menor número de partidas em casa. Não bastasse isso, o contrato com a Adidas sofreu redução de £ 10 milhões (US$ 13,6 milhões) em relação ao valor anual de £ 90 milhões (US$ 122 milhões).
Receitas
A receita comercial foi responsável por 50% do faturamento total, somando US$ 453 milhões. Houve alta de 10% em relação à temporada anterior.
O crescimento foi impulsionado pelo aumento de 16% no varejo, atribuído ao novo modelo de e-commerce implantado pelo United e por uma alta de 6% nos patrocínios. A temporada marcou o início da parceria com a Qualcomm, por meio da marca Snapdragon.
Por outro lado, a receita com direitos de transmissão caiu 22%, totalizando US$ 235 milhões, reflexo do mau desempenho esportivo e da menor atratividade da Europa League em comparação à Champions League. A receita com jogos aumentou 17%, para US$ 218 milhões, com cinco partidas adicionais em casa.
Estrutura
Em fevereiro, o clube anunciou a demissão de 150 a 200 funcionários, além dos 250 desligados no ano anterior. Em março, revelou planos para construir um novo estádio com capacidade para 100 mil pessoas, substituindo o Old Trafford. Além disso, também investiu US$ 68 milhões no centro de treinamento em Carrington.
Jim Ratcliffe, que adquiriu 25% do clube por US$ 1,3 bilhão e lidera as operações esportivas, enfrenta desafios desde a sua chegada.
A Ineos, empresa que fundou, teve sua nota de crédito rebaixada pela Moody’s de B1 para Ba3, com perspectiva negativa.
Avaliação
O Manchester United venceu apenas um dos quatro primeiros jogos da temporada 2025/2026 e ocupa a 14ª posição na Premier League. No mês passado, foi eliminado da Copa da Liga Inglesa pelo Grimsby Town, time da quarta divisão.
Apesar dos resultados temerários em campo, o clube inglês ficou em segundo lugar no ranking anual do site do Sportico, veículo especializado em negócios do esporte, sobre os times de futebol mais valiosos do mundo.
Os Red Devils foram avaliados em US$ 6,09 bilhões, ficando atrás apenas do Real Madrid. Apesar disso, o valor representa uma queda de 2% em relação ao ano anterior.
As ações do Manchester United na Bolsa de Nova York têm ficado estáveis nos últimos 12 meses. Na última terça-feira (16), fecharam em US$ 16,41, com valor empresarial estimado em US$ 3,7 bilhões.
